O fenômeno El Niño consiste num “aprisionamento” de águas mais quentes perto da costa oeste da América do Sul (o ciclo mais comum consiste em essas águas se afastarem, rumo à Ásia, e serem substituídas por águas frias que emergem do fundo do oceano). El Niño ocorre de forma irregular, em intervalos de 2 a 7 anos, e dura de 9 meses a alguns anos. Seu surgimento afeta secas, chuvas, safras, incêndios florestais e economias inteiras. ⤵️
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A nova pesquisa publicada na revista Nature Climate Change (🇬🇧) aponta que episódios El Niño mais fortes provavelmente teriam impactos divergentes no oceano ao redor do continente austral, acelerando o aquecimento das águas oceânicas mais profundas ao mesmo tempo em que diminuem o ritmo do aquecimento na superfície.
Wenju Cai, autor do estudo, disse ao jornal britânico The Guardian que isso deve acarretar derretimento mais rápido da camada e das plataformas de gelo da Antártida, elevação acelerada do nível do mar e agravamento do clima extremo, com, por exemplo, mais episódios de ondas de calor, seca e incêndios florestais no leste da Austrália e inundações na Califórnia, no Peru e no Chile.
Estima-se que a camada de gelo do continente contenha cerca de 30 milhões de quilômetros cúbicos de água solidificada, o suficiente para elevar o nível dos oceanos em 70 metros ao longo dos séculos, se um dia ela for completamente derretida.
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