As principais empresas de petróleo e gás fizeram “quase nenhum progresso” para adotar tecnologias e processos para diminuir sua dependência dos combustíveis fósseis e se aproximar das metas do Acordo de Paris. É o que aponta o novo relatório divulgado pelas organizações sem fins lucrativos CDP (sigla para Carbon Disclosure Project) e World Benchmarking Alliance, avaliando a atuação de 100 empresas do setor.
Nenhuma das 100 empresas de petróleo e gás avaliadas projeta cortar suas emissões “a uma taxa suficiente para se alinhar com uma trajetória de [limitação do aquecimento global a] 1,5°C nos próximos cinco anos”, afirmou o CDP à Reuters. Das 100 companhias, 81 não mostram “nenhuma redução significativa” na produção de petróleo e gás antes de 2030.
Apenas três empresas europeias avaliadas (Neste, Naturgy e Engie) estão investindo mais de 50% de seu orçamento em tecnologias de baixo carbono, segundo o relatório. Mas isso não quer dizer que sua atuação inspire otimismo: a melhor colocada, a finlandesa Neste, tem pontuação de apenas 56 de 100 na metodologia da CDP.
Grandes empresas do setor, como Total, Repsol e Shell, apresentam desempenho ainda mais insatisfatório. A Petrobras é a 17ª colocada no ranking, e as organizações autoras da lista destacam que, na companhia brasileira, “os investimentos planejados em exploração e produção de petróleo bruto entre 2023 e 2027 são mais de 10 vezes maiores do que os investimentos em tecnologias de baixo carbono.”
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