Cerca de “95% dos resíduos plásticos na água vão parar nos abismos. Quando encontram esse lixo, os pilotos dos submarinos sabem que chegaram ao fundo”, explica à AFP um dos cientistas, François Galgani, especialista em plásticos do Instituto Francês de Pesquisa sobre a Exploração do Mar (Ifremer).
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Principal destino turístico do mundo e com em torno de 25% do tráfego marítimo internacional, o Mediterrâneo está sob intensa pressão humana. Entre 5% e 10% do plástico do mundo é encontrado neste mar semifechado, que atinge um nível de saturação, alerta o Fundo Mundial para a Natureza (WWF).
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o plástico causa a morte de um milhão de aves e mais de 100.000 mamíferos marinhos no mundo todos os anos.
“Não temos escolha, temos que fechar a torneira”, diz François-Michel Lambert, presidente do Instituto de Economia Circular.
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De Tel Aviv a Barcelona, as operações de coleta de lixo são abundantes, transformando-o em cestas, joias, ou outros itens de consumo.
Mas o esforço é insuficiente, segundo Lucie Courtial, da associação monegasca Plastic Med. Além disso, as expedições de barco podem “deslocar o problema”, devido às suas altas emissões de carbono.
“Mundo sem plástico”
A consultoria ambiental britânica SystemIQ estima que, para reverter a tendência, é necessário atingir 85%-90% de plástico reciclado em 2050, contra os atuais 35% na Europa.
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Mas mesmo que acabem no local apropriado, Lucie Courtial lembra que, “com os resíduos de plástico, não há reciclagem, mas ‘deciclagem’: uma garrafa de leite pode virar um tubo, por exemplo, mas temos que reinjetar matéria-prima”.
O diretor na França da associação Plastics Europe, Jean-Yves Daclin, destaca que existem “novas tecnologias de reciclagem química, que permitirão reciclar produtos que hoje não podem ser reciclados”, ou mesmo “fabricar plástico a partir de carbono capturado na produção industrial”.
No Mediterrâneo, são os plásticos de uso único, com embalagens de alimentos na liderança, que compõem a maioria dos resíduos.
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Para François-Michel Lambert, que fez lobby como deputado na França pela proibição de sacolas plásticas e utensílios descartáveis, “imaginar um mundo sem plástico é tão difícil quanto imaginar o fim do mundo”.
(com AFP)
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