"Virar um fantasma" para dar o fora de uma relação sem mais nem menos e nenhuma satisfação ao outro é o que define o ghosting. A prática, que é comum nos relacionamentos contemporâneos, tem efeitos sérios às vítimas. Entenda.
Dar sumiço de uma relação – de qualquer natureza – sem explicação prévia tem nome. O ghosting, do inglês “virar fantasma”, é como o famoso “ir comprar cigarro e não voltar”, disse um usuário do Twitter. Nessa e em outras redes, ficou cada vez mais comum ouvir relatos de quem foi abandonado.
Para as vítimas, a dor da incerteza repercute em sintomas reais e, em 2021, uma pesquisa identificou maiores níveis de ansiedade não só em quem “tomou ghosting” mas também nos ghosters.
Ser ignorado apesar de tentativas de reaproximação cria, especialmente, a sensação de insuficiência e rejeição, conforme mostra outra recente pesquisa publicada pelo Estadão. Isto porque, quando não se conhece os motivos do afastamento ou da interrupção da comunicação, é comum que a pessoa “deixada de lado” tente preencher este espaço imaginando respostas em looping. E isto não é coisa de gente “doida” ou apegada demais. Na verdade, uma pesquisa da University College London (Nature*) mostrou que o estresse é uma resposta subjetiva e fisiológica induzida em situações em que o humano tem que lidar com o imprevisto.
Seja por email, ligação, aplicativos de redes sociais, de relacionamento (UOL), as experiências com o ghosting muitas vezes giram em torno da dificuldade ou incapacidade de encerrar explicitamente uma interação.
Na cena tecnológica não há materialidade e, muitas vezes, somos quase anônimos em mundos distantes. Durante o período de isolamento social, o virtual ganhou ainda mais força. “Vivemos a era do ‘sem tempo, irmão’. Isso vulnerabiliza laços e acaba fazendo com que a pessoa se sinta no direito de simplesmente desaparecer, pra não ter o trabalho de gerenciar as consequências da própria decisão. Reflexos de uma globalização que resolve tudo no apertar de um botão”, diz o artista Valmir Liz. Para ele, a falta da comunicação cara a cara pode colaborar com a irresponsabilidade nas relações.
O interesse por esse termo teve um pico em 20 de junho de 2021, um dia após o Fantástico ter explicado (g1) o que é e quais são alguns dos impactos emocionais do ghosting, principalmente dentre as vítimas mulheres.
Os relatos envolvem, muitas vezes, términos de relacionamento que não aconteceram, porque um dos cônjuges apenas parou de responder e sumiu. Mas o ghosting não é só sobre isso. A comunicação com parceiros de trabalho, cabelereiro, e no ambiente acadêmico. Na verdade, a situação pode acontecer em qualquer relação.
Apesar de o assunto ser extremamente sério e envolver consequências reais à saúde e qualidade de vida dos envolvidos, a internet aborda o tema com bom humor, criando memes bastante irônicos sobre o fenômeno.
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