Indústria energética deve ser parte da luta climática, diz chefe da COP28

A indústria energética deve desempenhar um papel na campanha contra o aquecimento global – disse nesta terça-feira (7), na Índia, o presidente da cúpula climática da ONU deste ano, que também dirige uma gigante do petróleo. Sultan Ahmed Al-Jaber, enviado especial para mudança climática dos Emirados Árabes Unidos, país organizador da COP28, negou que isso represente um "conflito de interesses" com seu cargo de CEO da petrolífera nacional ADNOC.

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Isabella Caminoto

Não é um conflito de interesses. É nosso interesse comum ter uma indústria energética trabalhando junto com o restante nas soluções de que o mundo precisa“, afirmou ele na conferência India Energy Week, em Bangalore.

“A transição energética vai exigir que cada segmento da sociedade trabalhe, em conjunto, em um esforço inclusivo, e isso significa, claro, incluir os esforços da indústria energética”, acrescentou.

Al-Jaber disse ainda que a transição energética pode trazer “o maior salto na prosperidade econômica desde a primeira Revolução Industrial”, insistindo em que “o mundo ainda precisa dos hidrocarbonetos e precisará deles como ponte entre o atual sistema energético e o novo”.

“Não podemos desconectar o atual sistema energético antes de ter construído o novo. Por isso, temos que minimizar sua pegada de carbono (e) investir apenas nos barris menos intensivos em carbono”, defendeu.

Al-Jaber prometeu usar sua experiência e suas conexões para “reunir toda a indústria energética para acelerar as coisas”.

Ativistas do clima criticaram a decisão de se organizar a COP28 nos Emirados Árabes Unidos, um grande produtor de petróleo, assim como a escolha de Al-Jaber como presidente da cúpula.

A monarquia do Golfo, que sediará a reunião em Dubai em novembro e dezembro, alega que o petróleo ainda é indispensável para a economia global.

Organizada em novembro passado no Egito, a COP27 foi concluída com um criticado texto que incluía ajuda aos países de baixa renda afetados pela mudança climática, mas sem adotar novas metas de redução das emissões de gases de efeito estufa.

“Temos que eliminar a pobreza energética, enquanto mantemos vivo o 1,5°C”, disse Al-Jaber, referindo-se à meta de manter o aquecimento global abaixo de 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais. “E temos que passar de falar sobre metas a fazer o trabalho”, acrescentou.

(com AFP)

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Isabella Caminoto

Advogada e mestranda em Direito Internacional, tenho a democracia e a liberdade como bandeiras irrenunciáveis. Sou apaixonada pelos animais e acredito que o bem-estar do nosso planeta deveria ser o destaque diário da pauta da nossa sociedade.

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