“As geleiras em altas latitudes, como as do Ártico, começaram a derreter em grande velocidade”, afirmou a fundação Ice Memory em seu comunicado nesta segunda-feira (3).
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“Queremos recuperar e preservar, para as futuras gerações de cientistas, esses arquivos extraordinários do clima do nosso planeta antes que toda a informação que eles contêm desapareça”, diz Carlo Barbante, diretor do Instituto de Ciências Polares do Conselho Italiano de Pesquisa Científica e vice-presidente da fundação.
Oito cientistas da França, Itália e Noruega, juntamente com um especialista em perfuração e um guia de montanha, estão encarregados de extrair duas amostras cilíndricas de um comprimento total de 125 metros, em cortes de um metro.
Uma amostra será analisada imediatamente e a outra será armazenada na Antártica para futuras gerações.
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Os glaciologistas veem como “sua matéria-prima está desaparecendo para sempre da superfície do planeta. Nossa responsabilidade, como glaciólogos da nossa geração, é conseguir preservar um pouco” desse material, disse à AFP o presidente da Ice Memory, Jérôme Chappellaz, nesta segunda-feira (3).
A equipe montou seu acampamento a 1.100 metros de altitude, na região de Holtedahlfonna, repleta de rachaduras perigosas, com temperaturas entre -25°C e -5°C.
Ao longo de 20 dias, a equipe é responsável por extrair os cilindros, que têm 10 cm de diâmetro.
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As amostras destinadas a viajar para a Antártica, no outro extremo do planeta, serão armazenadas na base franco-italiana de Concórdia, onde foi condicionada uma caverna natural a uma temperatura média de -50°C.
As amostras de gelo abrigarão a memória climática dos últimos 300 anos, principalmente em suas minúsculas bolhas de ar presas no gelo.
Criada em 2015, a iniciativa franco-italiana Ice Memory já coletou amostras nos Alpes, Andes, Cáucaso e Altai. O projeto prevê realizar extrações em um total de 20 locais ao redor do mundo.
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(com AFP)
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