Veja os destaques do Curto Verde desta segunda-feira (29): 33 milhões de paquistaneses afetados pelas chuvas, consideradas uma “catástrofe climática”; a história do “Índio do Buraco”, o último indígena de sua tribo encontrado morto no sábado (27); estudo aponta que as ondas de calor extremas serão mais comuns até o final da década se não houver redução de emissões; e mais uma vítima da guerra na Ucrânia: os golfinhos.
Mais de 33 milhões de pessoas – um paquistanês a cada sete – foram afetados pelas chuvas deste ano no país e quase um milhão de casas foram destruídas ou muito danificadas, segundo dados do governo.
O sul do Paquistão – afetado por grandes inundações – se prepara para mais enchentes devido ao aumento dos leitos dos rios após as chuvas de monção.
“Alguns vilarejos foram aniquilados e milhões de casas destruídas. Há uma destruição enorme”, declarou o primeiro-ministro Shehbaz Sharif.
A Autoridade Nacional de Gestão de Desastres do país disse no domingo (28) que o número de mortos pelas chuvas das monções chegou a 1.033, com 119 mortos nas 24 horas anteriores.
Sherry Rehman, senadora e ministra da mudança climática do Paquistão, disse que o país está passando por uma “grave catástrofe climática, uma das mais difíceis da década”. (The Guardian*)
O governo paquistanês atribui os fenômenos extremos à mudança climática e afirma que o país sofre as consequências das práticas irresponsáveis com o meio ambiente de outras regiões do mundo.
O Paquistão é particularmente vulnerável à mudança climática. O país está na oitava posição entre os países mais ameaçados pelos fenômenos meteorológicos extremos, de acordo com um estudo da ONG Germanwatch. (*)
O indígena conhecido como “Índio Tanaru” ou “Índio do Buraco” foi encontrado morto pela Fundação Nacional do Índio (Funai) na última terça-feira (23). A informação foi confirmada pelo órgão no último sábado (27). (G1)
Ele ficou conhecido como “Índio do Buraco” (SIC) e vivia sozinho havia quase 30 anos em Rondônia, depois que os últimos membros de seu povo foram mortos por fazendeiros em 1995. Ele foi visto a primeira vez um ano depois, em 1996, pela Frente de Proteção Etnoambiental Guaporé (FPE Guaporé), sediada em Alta Floresta do Oeste (RO).
Os indígenas da Terra Indígena (TI) Tanaru foram vítimas de eventos históricos na Amazônia desde 1980 – onde a colonização desenfreada, a instalação de fazendas e a exploração ilegal de madeira em Rondônia provocaram sucessivos ataques aos povos indígenas isolados que viviam nessas regiões, resultando em expulsões de suas terras e mortes.
Ele ficou conhecido como “Índio do Buraco”, porque escavava dentro da maloca em que viva, feita de palha. Estudiosos acreditam que o buraco tinha um valor místico para o indígena. (Amazônia Real)
As ondas de calor – que elevaram as temperaturas em níveis recordes em grande parte do mundo nos últimos meses – se tornarão cada vez mais comuns até o final da década, de acordo com estudo publicado na revista Communications Earth & Environment. (*)
Especialistas dizem que o quão quente elas serão depende “extremamente” de nossa capacidade de reduzir as emissões de carbono nos próximos anos.
“A diferença entre ser muito proativo e limitar as emissões de carbono para manter os parâmetros estabelecidos pelo acordo de Paris, e não fazer isso, é extremamente importante para bilhões de pessoas, principalmente em todo o sul global”, disse Lucas Vargas Zeppetello, um dos autores do estudo, ao jornal The Guardian. (*)
A equipe de cientistas usou dados climáticos históricos e os combinou com projeções futuras de crescimento populacional, crescimento econômico e emissões de carbono para desenvolver uma fórmula baseada em probabilidade para estimar como seriam as temperaturas globais no futuro.
“Sem reduções de emissões mais agressivas do que as consideradas possíveis por nossa projeção estatística, é provável que até 2100, muitas pessoas que vivem em regiões tropicais sejam expostas a valores perigosamente altos de Índice de Calor durante a maioria dos dias de cada ano típico, e que os tipos de ondas de calor que eram raridades nas latitudes médias se tornarão ocorrências anuais”, diz um trecho da pesquisa.
Cientistas constatam um grande número de golfinhos mortos desde o início do conflito na Ucrânia.
“Começamos a nos comunicar com nossos colegas turcos, búlgaros e romenos, e todos chegaram às mesmas conclusões: há um grande número de golfinhos mortos desde o início da guerra”, disse o pesquisador ucraniano, Ivan Russev, que acompanha os efeitos da guerra na fauna e na flora locais desde o início da invasão russa.
A Fundação Turca para Pesquisa Marinha (TUDAV) já expressou preocupação em março sobre um “aumento incomum” nas mortes de golfinhos encontrados na costa do Mar Negro da Turquia.
Russev estima que “5.000 golfinhos mortos de acordo com os dados coletados”, ou seja, quase 2% da população total do animal no Mar Negro.
“No ano passado, em nossos 44 km de costa, encontramos um total de 3 golfinhos. Este ano, apenas nos 5 km em que temos direito de operar, já encontramos 35”, explica à AFP.
Contudo, é impossível saber exatamente quantos morreram em outras partes da reserva. Temendo um desembarque russo, o exército ucraniano proíbe o acesso dos funcionários do parque à maior parte da área.
Para o cientista, não há dúvidas. Os culpados desta catástrofe atual são os poderosos sonares utilizados pelos navios de guerra e submarinos russos que circulam no Mar Negro, que perturbam “o sistema acústico dos golfinhos”. Enfraquecidos, os animais adoecem e morrem das infecções.
As 3 espécies de golfinhos encontradas neste mar quase fechado – estimadas em dois milhões em meados do século XX – são vítimas da pesca e da poluição há décadas.
O último registro em 2020 foi de 250.000 animais, diz Russev.
“A guerra é uma coisa terrível. Tem impacto em todo o ecossistema, em espécies que terão dificuldade em se recuperar e restabelecer o equilíbrio da natureza”, lamenta.
E não foi a primeira vez que os golfinhos foram personagens nesta guerra, saiba mais:
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(Com AFP)
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Este post foi modificado pela última vez em 29 de agosto de 2022 15:17
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