Veja os destaques do Curto Verde desta terça-feira (13): Parlamento Europeu vota nova lei que restringe importação de produtos associados ao desmatamento; cientistas descobrem ligação entre a poluição do ar e câncer de pulmão; o impacto do carbono negro - um material particulado resultante das queimadas - no meio ambiente; e o novo material da Nike que possibilita a criação de roupas mais sustentáveis.
Atualizado às 18h30
Com o intuito de combater as alterações climáticas globais e a perda de biodiversidade, os eurodeputados vão debater e votar uma nova lei exigindo que as empresas garantam que os produtos vendidos na União Europeia (UE) não provêm de desflorestação. A votação da proposta deve ocorrer nesta terça-feira (13), no Parlamento Europeu.
O projeto da Comissão Europeia impõe restrições à importação de commodities agrícolas associadas ao desmatamento nos países de origem.
Commodities são mercadorias primárias – tais como soja, gado, milho e algodão – produzidas em larga escala, que fornecem matéria-prima para diferentes setores da produção industrial global.
A medida é defendida pelos líderes europeus como necessária, não apenas para diminuir a “pegada de carbono” da UE, mas também para apoiar produtores rurais que se alinhem aos objetivos climáticos do bloco.
Segundo a proposta, as commodities poderão sofrer uma sobretaxa caso tenham sido produzidas em áreas desmatadas após dezembro de 2021.
O governo brasileiro teria liderado uma ofensiva, em conjunto com outros países emergentes, visando impedir que a Europa aplique medidas protecionistas contra os produtos agrícolas. Em um documento – enviado à Comissão Europeia no final de julho – o Brasil e uma dezena de países em desenvolvimento, alertaram que tais barreiras podem violar os tratados internacionais.
O Parlamento Europeu pediu, nesta terça-feira (13), um plano mais rígido, que inclua a expansão de seu escopo de ação para a borracha e o setor financeiro. Veja mais em:
A poluição do ar pode causar câncer de pulmão em pessoas que nunca fumaram. Esta foi a conclusão de um artigo – apresentado no último sábado (10) por cientistas do Francis Crick Institute (Reino Unido) – durante uma conferência da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO), em Paris.
A pesquisa descobriu que a exposição a determinadas partículas no ar (chamadas de PM2,5) promove o crescimento de células nos pulmões que carregam mutações causadoras de câncer. O trabalho é um “alerta” sobre o impacto prejudicial da poluição na saúde humana.
Para chegar a esta conclusão, os cientistas examinaram dados de mais de 400 mil pessoas. Eles especulam que a poluição do ar também pode promover o crescimento de células portadoras de mutações causadoras de câncer em outras partes do corpo. (The Francis Crick Institute*)
Uma fumaça cinza, proveniente das queimadas na Amazônia, encobriu o céu de cidades da região Norte, Centro-Oeste e até Sudeste do Brasil, no início de setembro.
Além de nociva à saúde da população, essa fumaça libera na atmosfera o perigoso carbono negro, material particulado cujo impacto nas mudanças climáticas é de 460 a 1.500 vezes superior ao dióxido de carbono (CO2).
“O carbono negro é um material particulado extremamente poluente, que tem como principal fonte global os incêndios florestais. Ele pode causar graves danos à saúde, como doenças respiratórias, cardíacas e até psicológicas, além de consequências ao meio ambiente, como acelerar o derretimento de geleiras (e, consequentemente, o aumento do nível do mar) e alterar significativamente os padrões de chuva”, explica Marcelo Laterman, porta-voz de Clima e Justiça do Greenpeace Brasil.
Apesar dessa fumaça ter curta duração na atmosfera por ser constituída de micropartículas, o carbono negro presente nela tem efeitos climáticos a médio prazo.
“A liberação do carbono negro aumenta os riscos de eventos climáticos extremos como chuvas torrenciais e longos períodos de seca que, como temos testemunhado, estão cada vez mais frequentes no país. E, infelizmente, enquanto as queimadas servem aos interesses de uma minoria poderosa, quem mais sente as consequências são as populações em vulnerabilidade, expostas a deslizamentos, inundações, torneiras secas e contas caras”, diz Laterman.
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Na última semana, a Nike apresentou o Nike Forward, um novo material – resultado de 5 anos de pesquisa – que requer menos etapas de fabricação do que as malhas ou tecidos tradicionais da marca, o que reduz significativamente sua pegada de carbono: cerca de 75%.
O Forward é a nova aposta da marca na criação de roupas mais sustentáveis. Mas ele não é uma malha ou um tecido e nem usa fio. O material cria fibras a partir de flocos de plástico reciclado e os une usando máquinas de agulhas encontradas principalmente na indústria automotiva e médica.
Os produtos de lançamento utilizando a Nike Forward, uma linha de moletons, têm pelo menos 70% de material reciclado e estarão à venda a partir do dia 15 de setembro.
O Curto Verde é um apanhado diário do que você precisa saber sobre meio ambiente, sustentabilidade e demais temas ligados à nossa sobrevivência e do planeta.
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