Veja os destaques do Curto Verde desta segunda-feira (19): primeiro banco de dados do mundo para rastrear a produção global de combustíveis fósseis, reservas de petróleo e gás e emissões é lançado; iniciativa de empresários para proteger e conservar o Pantanal; novo navio de apoio ao Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR) será construído; relatório da ONU afirma que mundo ainda tem como alcançar a neutralidade em carbono se tomar as providências certas; e França anuncia novas medidas "simbólicas" para conscientizar a população sobre a crise de energia.
O primeiro banco de dados do mundo para rastrear a produção global de combustíveis fósseis, reservas de petróleo e gás e emissões foi lançado nesta segunda-feira (19), fruto de uma parceria entre a Carbon Tracker e o Global Energy Monitor. (*)
O Registro Global de Combustíveis Fósseis foi construído usando dados de mais de 50 mil campos em 89 países, o que cobre cerca de 75% das reservas, produção e emissões globais. Seu lançamento coincide com as negociações climáticas que ocorrem na Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York.
De acordo com o inventário, as reservas mundiais de combustíveis fósseis contêm o equivalente a 3,5 trilhões de toneladas de gases de efeito estufa, que seriam liberados se forem utilizados, e dificultariam o cumprimento das metas climáticas internacionais.
Esta quantidade extraordinária corresponde ao que seria liberado na atmosfera se as reservas de petróleo, gás e carvão fossem totalmente extraídas e utilizadas, segundo este registro mundial.
Isto equivale a “mais que todas as emissões produzidas desde a revolução industrial” e “mais de sete vezes o orçamento de carbono restante para respeitar a (elevação de) temperatura limite de 1,5°C“, indicam os autores.
O conceito de “orçamento de carbono” indica a quantidade de CO2 que pode ser emitida para um resultado dado, ou seja, a meta mais ambiciosa do Acordo de Paris sobre o Clima.
O aquecimento do planeta desde a era industrial, que foi alimentado pelas energias fósseis, já alcançou 1,1°C, causando uma série de catástrofes.
A Agência Internacional de Energia (AIE) tinha sugerido no ano passado renunciar a qualquer projeto petrolífero ou gasífero para acompanhar uma redução rápida da demanda e manter o aquecimento global sob controle.
O registro tem por ambição fornecer aos dirigentes políticos e à sociedade civil os dados necessários para administrar o abandono progressivo destas energias fósseis.
O registro mostra especialmente que Estados Unidos e Rússia têm, cada um, quantidade suficiente de reservas de combustíveis fósseis para fazer explodir todo o orçamento de carbono mundial, mesmo que todos os outros países cessem imediatamente sua produção.
Identifica também a fonte de emissões mais potente do mundo: o campo petrolífero de Ghawar, na Arábia Saudita.
“O registro mundial ajudará os governos, as empresas e os investidores a tomar decisões para acordar sua produção de combustíveis fósseis ao limite de temperatura de 1,5°C e, dessa maneira, impedir concretamente o desaparecimento das nossas ilhas”, destacou Simon Kofe, ministro das Relações Exteriores de Tuvalu, um dos arquipélagos do Pacífico, ameaçados pelo aumento do nível das águas e o aquecimento global.
Enquanto a preservação da fauna e da flora não faz parte dos projetos prioritários dos governos brasileiros, grupos de pessoas que incluem empresários, banqueiros, médicos e até um ex-piloto de corrida tentam, por conta própria, garantir a conservação do Pantanal comprando fazendas na região para preservá-las. O foco são áreas estratégicas para o bioma que estão sob algum grau de ameaça.
Com compras diretas, doações para aquisições por terceiros e adesão de fazendeiros locais, que assumem compromissos de preservação, o grupo contabiliza, até agora, 536 mil hectares (5,3 mil km²) onde não entram culturas que degradem solo e rios – como o plantio de soja -, pesca predatória, caça de animais e desmatamento. Também há o compromisso de criar brigadas para evitar ou combater incêndios.
A área equivale a três vezes e meia a cidade de São Paulo. De todo o Pantanal, representa uma fatia de 3,5%.
A conservação desse território envolve dois grupos organizados que compram ou administram propriedades privadas. Um deles é chamado de Aliança 5P (de pantanal, preservação, parcerias, pecuária e produtividade), que atualmente reúne 12 fazendas, formando um dos maiores corredores privados de vida selvagem do mundo.
O outro grupo, da Serra do Amolar, é coordenado pelo Instituto Homem Pantaneiro (IHP), com sete fazendas e cinco RPPNs (Reserva Particular do Patrimônio Natural). É presidido por Ângelo Rabelo, coronel reformado que ajudou a criar a Polícia Militar Ambiental em Mato Grosso do Sul.
Ambas as áreas estão conectadas a dois parques, o Parque Nacional do Pantanal Matogrossense, que é público mas recebe ajuda do IHP, e o Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro, ambos no Mato Grosso do Sul.
O objetivo dos grupos é continuar comprando áreas com boa diversidade, em especial as que estejam sob risco de desmatamento ou de serem adquiridas por pessoas não comprometidas com a preservação. A intenção é formar grandes corredores ecológicos e manter o bioma como o mais preservado do País.
A Marinha assinou, na última semana, um contrato para a construção de um novo navio de apoio ao Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR). A construção do Navio de Apoio Antártico (Napant) ficará a cargo da Polar 1 Construção Naval. A previsão é de que ele seja entregue até setembro de 2025. (Agência Brasil)
Criado em 12 de janeiro de 1982, o PROANTAR tem por objetivo a promoção de pesquisa científica diversificada e de alta qualidade na região antártica, com a finalidade de:
Entre suas funções estão levar suprimentos à Estação Antártica Comandante Ferraz (a base científica brasileira localizada na Ilha Rei George), apoiar os pesquisadores e realizar levantamentos oceanográficos no trajeto entre o Brasil e a ilha.
Apesar de crises energéticas e desafios internacionais, o mundo ainda tem como alcançar a neutralidade em carbono se tomar as providências certas. Esta é a conclusão de um relatório da Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa (Unece*), divulgado nesta segunda-feira (19).
O documento reflete a opinião de peritos internacionais e estatísticos da Europa, da América do Norte e Ásia Central e lista uma série de soluções políticas e de tecnologia para a região alcançar a neutralidade em carbono até 2050.
O relatório indica que para alcançar a neutralidade será preciso:
Depois da Torre Eiffel chegou a vez do Museu do Louvre e do Palácio de Versalhes: os dois locais apagarão as luzes mais cedo, uma medida “simbólica” para conscientizar a população sobre a crise de energia na França, anunciou a ministra da Cultura, Rima Abdul Malak.
“A partir da noite de sábado, a pirâmide do Louvre será apagada às 23h em vez de 1h da manhã”, afirmou Malak, após as medidas similares adotadas pela prefeitura de Paris, que decidiu desligar mais cedo a iluminação da Torre Eiffel e da sede da prefeitura.
“Vamos apagar a iluminação da fachada do Palácio de Versalhes às 22h, em vez das 23h da próxima semana”, acrescentou.
“Os símbolos são importantes para conscientizar a população”, declarou a ministra, embora tenha admitido que as “medidas simbólicas” não são suficientes.
O Curto Verde é um apanhado diário do que você precisa saber sobre meio ambiente, sustentabilidade e demais temas ligados à nossa sobrevivência e do planeta.
(Com AFP e Estadão Conteúdo)
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