Áreas periféricas têm ganhado destaque como um celeiro de novas inovações e tecnologias e, como consequência, um ambiente de consumo em potencial. Tudo isso aumenta e torna possível o empreendedorismo nas favelas.
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Segundo pesquisa do Data Favela, esses territórios são compostos por mais de 17 milhões de brasileiros e movimentam mais de R$ 119 bilhões por ano em consumo de produtos e serviços no país. Para se ter uma ideia, esse volume de renda é maior do que 20 estados brasileiros.
Os dados mostram ainda que 76% dos moradores das favelas, têm, pretendem ter ou já tiveram um negócio próprio.
Empreendedorismo nas favelas
O tema foi abordado durante o South Summit Brazil, que está acontecendo em Porto Alegre (RS) e acaba nesta sexta-feira (31), por quem melhor entende o assunto: Celso Athayde, fundador da Central Única de Favelas (CUFA), CEO da Favela Holding e criador da única holding de favela no mundo e eleito empreendedor do ano em 2022 pelo Fórum Econômico Mundial de Davos. Ele era um dos palestrantes mais aguardados e lotou o auditório.
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Durante a conversa com o ministro da Secretária de Comunicação Social, Paulo Pimenta, Athayde explicou que as favelas brasileiras, juntas, formariam o terceiro maior estado do Brasil em número de habitantes e em potencial econômico.
Eles abordaram as dificuldades do empreendedorismo nas favelas, a falta de recursos e os incentivos privados e públicos necessários para fomentar ainda mais a inovação nesses espaços.
“Não aceito que tratem esses lugares como carentes. São territórios onde sobra criatividade, empreendedorismo e inovação com um potencial enorme”, disse Athayde.
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“Que empresa não gostaria de expandir sua operação a um mercado desse tamanho?”, questionou.
Para dar mais visibilidade e fomentar o empreendedorismo nas favelas, a Athayde criou, em 2022, a Expofavela, evento que reuniu 33 mil pessoas e 20 mil startups de todo Brasil em sua primeira edição. Em 2023, a expectativa é superar o número de participantes e atrair mais investidores.
“Queremos mostrar iniciativas e pessoas que fazem o mesmo que o ‘asfalto’ faz desde que recebem oportunidades. Muitas vezes tem uma startup na favela que nem percebe que é uma startup. Nosso papel é informar e fomentar o empreendedorismo como forma de combater as desigualdades”, explica.
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