Difícil prever o que será do Twitter depois da chegada de Elon Musk. Desde que assumiu, no dia 27 de outubro, todo dia aparece uma novidade. Em duas semanas, já houve debandada de anunciantes, corte de pessoal, fim do trabalho remoto e pedidos de demissão de altos executivos.
Nesta quinta-feira (10), a diretora de segurança da informação da plataforma, Lea Kissner, informou em sua página no Twitter que havia tomado “a difícil decisão de sair” da empresa. Também pela plataforma, Yoel Roth, mandou um recado ao mercado de que havia se demitido, alterando a sua descrição no perfil pessoal na rede social para “ex-chefe de confiança e segurança” do Twitter. Ele foi um dos executivos responsáveis pelo combate ao discurso de ódio, desinformação e spam.
Além deles, também teriam se demitido, segundo a agência Reuters, o diretor de privacidade Damien Kieran e a diretora de conformidade Marianne Fogarty.
Musk assumiu em 27 de outubro a liderança da rede social, pela qual pagou US$ 44 bilhões. Desde então, um grande número de anunciantes deixou a plataforma. O empresário disse que a empresa chegou a perder mais de US$ 4 milhões por dia em anúncios.
No e-mail que enviou aos funcionários nesta quarta-feira, Elon Musk alerta para “tempos difíceis à frente” e proíbe o trabalho remoto, a menos que previamente autorizados. Musk também disse aos funcionários no e-mail que deseja ver as assinaturas representando metade da receita do Twitter. E pede ajuda para atingir 1 bilhão de usuários
A plataforma introduziu, sob a liderança de Musk, o serviço de assinatura Twitter Blue, que permite que os usuários paguem US$ 7,99 por mês por uma certificação azul indicando que a conta foi verificada, bem como um selo cinza “oficial” exclusivo para algumas contas de alto perfil.
Mas atraiu críticas quando descartou o selo cinza quase que imediatamente, ofuscando o lançamento do serviço de pagamento, que atualmente está disponível apenas no aplicativo móvel para iPhone e nos EUA.
O lançamento trouxe uma onda de contas falsas: alguns usuários aproveitaram para se passar por celebridades e políticos, como o astro da NBA Lebron James ou o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair.
O caos alertou a Federal Trade Commission (FTC), a autoridade americana que supervisiona a segurança do consumidor, que colocou o Twitter sob vigilância por violações anteriores de segurança e privacidade.
“Estamos acompanhando os desenvolvimentos recentes no Twitter com profunda preocupação”, disse um porta-voz da FTC em comunicado.
“Nenhum diretor ou empresa está acima da lei, e as empresas devem seguir nossos decretos de consentimento”, acrescentou o porta-voz, referindo-se aos compromissos anteriores do Twitter de obedecer aos regulamentos de privacidade dos EUA.
(Com AFP)
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