O Google anunciou, nesta quarta-feira (10), a abertura do chatbot Bard, concorrente do ChatGPT, apoiado pela Microsoft, para 180 países em inglês, e anunciou a integração desta tecnologia a várias outras plataformas, inclusive a ferramenta de buscas on-line.
“Há sete anos somos uma empresa de inteligência artificial e estamos em um ponto de inflexão”, disse Sundar Pichai, diretor do grupo californiano, diante de milhares de pessoas reunidas no anfiteatro da empresa em Mountain View.
“Com a IA generativa, estamos dando o passo seguinte”, acrescentou Pichai na conferência anual de desenvolvedores do Google, realizada no Vale do Silício, na Califórnia. “Estamos repensando todos os nossos produtos principais, inclusive a busca”.
“Há algum tempo, estamos fazendo com que nossos produtos sejam radicalmente mais úteis através da IA generativa, segundo uma abordagem audaciosa e responsável”, acrescentou.
O lançamento, em novembro, do ChatGPT – projetado pela empresa californiana OpenAI e financiado principalmente pela Microsoft – deu início a uma corrida frenética pela IA generativa, entre o entusiasmo e preocupações apocalípticas.
O Google respondeu com o Bard, aberto ao público, de forma limitada, em março.
Atualmente disponível apenas em inglês, o novo chatbot em breve poderá conversar em 40 idiomas. Espera-se ainda que se torne multimídia, ou seja, que possa integrar imagens às perguntas e respostas dos usuários.
A empresa também mostrou como a busca on-line irá mudar gradualmente, com respostas escritas para as perguntas dos usuários acima dos links tradicionais e a possibilidade de interagir com a interface, solicitando esclarecimentos, por exemplo.
O novo Google estará disponível nas próximas semanas, e a empresa abriu uma lista de espera na qual os usuários podem se inscrever para utilizá-lo em algumas semanas.
Além disso, o grupo californiano está desenvolvendo extensões para o Bard, para que os usuários possam interagir diretamente com o robô por meio do aplicativo de mapas Maps, da caixa de mensagens Gmail ou do processador de textos on-line Docs.
Também estão disponíveis recursos para companhias que desejam construir suas próprias ferramentas generativas baseadas em IA (busca, robôs conversacionais, etc) para seus aplicativos, com seus próprios dados.
A Microsoft fez anúncios semelhantes recentemente. A empresa de tecnologia já havia integrado o ChatGPT ao seu mecanismo de buscas Bing e, na semana passada, o disponibilizou por completo ao público em geral – o que deu nova vida a esse portal até então insignificante em comparação ao gigante Google.
Os dois rivais competem entre si na tentativa de transformar suas plataformas impulsionadas por IA nos assistentes pessoais preferidos pelos usuários.
Apesar do esforço conjunto de duas das maiores empresas do mundo, entre os riscos da inteligência artificial estão seus possíveis usos para desinformação, com clones de voz, vídeos falsos e mensagens escritas de forma convincente.
Em março, um grupo de especialistas pediu uma pausa no desenvolvimento de sistemas de IA poderosos para dar tempo de garantir sua segurança.
O cientista da computação Geoffrey Hinton, apelidado de “padrinho da inteligência artificial”, recentemente deixou seu cargo no Google para denunciar os perigos dessa tecnologia, afirmando que a ameaça existencial da IA é “séria e iminente”.
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