Meta, a empresa matriz do Facebook, anunciou nesta terça-feira (29) que eliminou milhares de contas da rede social que fariam parte de uma operação de propaganda chinesa on-line.
A campanha teria estado ativa em mais de 50 plataformas e fóruns, incluindo Facebook, Instagram, TikTok, YouTube e Twitter (rebatizado como X), segundo informe publicado pela Meta.
“Trata-se da maior, embora fracassada, e mais prolífica operação de influência secreta de que tivemos conhecimento até agora”, disse o chefe de Inteligência sobre Ameaças Globais do gigante americano, Ben Nimmo.
As equipes das Meta conseguiram vincular a campanha “a indivíduos associados às forças da ordem chinesas”, disse a empresa.
Mais de 7.700 contas do Facebook e cerca de 15 contas do Instagram foram removidas, a maior operação do gênero, acrescentou.
As equipes de segurança do grupo conseguiram determinar que as contas estavam vinculadas a uma série de atividades de spam (mensagens não solicitadas) que ocorriam desde 2019.
“Pela primeira vez conseguimos vincular essas séries e confirmar que fazem parte da mesma operação”, disse Nimmo.
A rede publicava regularmente comentários positivos sobre a China e a província de Xinjiang, onde se encontra a minoria uigure, ao mesmo tempo em que criticava os Estados Unidos, a política externa dos países ocidentais e aqueles que criticam o governo chinês, “incluindo jornalistas e pesquisadores”, relata o informe.
A operação tinha origem na China e era dirigida especificamente para Taiwan, Estados Unidos, Austrália, Reino Unido e Japão, assim como para o público de língua chinesa em todo o mundo.
As contas e páginas em questão foram removidas por não respeitarem os termos de uso das plataformas do grupo. Pareciam ter baixa audiência, e os comentários denunciavam, principalmente, as afirmações falsas.
Além disso, as contas estavam vinculadas a diferentes localizações da China, com um ritmo de atividade que parecia corresponder ao horário comercial.
A operação também se apoiou, em grande medida, no Medium, Reddit, X, YouTube, Soundcloud e Vimeo, de acordo com a equipe de ameaças da Meta.
Algumas das táticas usadas foram parecidas com as de uma rede russa identificada em 2019, o que, segundo Nimmo, sugere que estas operações aprendem umas com as outras.
O relatório da Meta também fez uma análise de uma campanha denominada “Doppelganger”, descoberta há um ano por suas equipes.
A operação se concentrou em fazer cópias (“doppelganger” em inglês) de sites dos principais meios de comunicação europeus para publicar notícias falsas sobre a guerra na Ucrânia e depois divulgá-las na Internet, explicou o chefe da Política de Segurançada Meta, Nathaniel Gleicher.
As empresas envolvidas nesta campanha, que no início se concentrou principalmente na Alemanha, França e Ucrânia, e mais tarde nos Estados Unidos e em Israel, foram recentemente alvo de sanções por parte da União Europeia.
“Conseguimos bloquear seus recursos operacionais em nossas plataformas, mas os sites continuam ativos”, afirmou Gleicher.
Esta foi a maior e mais avançada operação de influência implementada pela Rússia desde 2017, completou.
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