Os riscos por trás do autoplay nas redes sociais

Se você está conectado a alguma rede social (Instagram, Facebook, TikTok, Youtube) já percebeu que uma série de vídeos são acionados no seu feed sem que você clique neles ou mesmo busque por aquele conteúdo. São os autoplays das Bic Techs, direcionados pelos algoritmos para nossas redes, dragando nossa atenção para um looping de clips, por horas e horas. Isso é saudável? Vicia? Provoca ansiedade e depressão? Aumenta a radicalização e extremismo? O assunto volta ao debate provocado por um artigo do influenciador/Youtuber Felipe Neto, publicado no JOTA nesta sexta-feira (5).

Essa discussão não é antiga, ao menos no ambiente acadêmico. E em meio às discussões no Brasil de uma lei para regular as Big Techs e suas plataformas poderosas para “integrar” a sociedade no ambiente virtual, esse debate ganha ainda mais relevância.

PUBLICIDADE

Felipe Neto traz para os holofotes algo que os pesquisadores vêm alertando ao menos desde 2010: a exposição à esse looping de autoplays pode:

  • viciar;
  • causar depressão e ansiedade;
  • coletar dados pessoas sem o “real” – e consciente – consentimento;
  • trazer problemas para a segurança dos dados e vigilância das suas ações;
  • ter enorme potencial para radicalização e polarização da sociedade.

Estão aqui algumas fontes usadas no artigo:

 iGen: Por que as crianças de hoje estão crescendo menos rebeldes, mais tolerantes, menos felizes e completamente despreparadas para vida adulta – livro de Jean M. Twenge

  • O Wall Street Journal revelou memorandos internos da Meta (empresa dona do Facebook): “32% das adolescentes femininas disseram que quando elas se sentiam mal com seus corpos, o Instagram as fazia sentir pior. Dentre adolescentes que registraram pensamentos suicidas, 13% dos usuários britânicos associaram o desejo de se matar ao Instagram”

Who’s Raising the Kids?: Big Tech, Big Business, and the Lives of Children – livro de  da psicóloga Susan Linn : “Tecnologias são problemáticas quando priorizam os lucros em detrimento da saúde e bem-estar dos indivíduos e da sociedade. Contudo, nenhuma análise independente do potencial de danos e benefícios de produtos tecnológicos é requerida antes deles irem para o mercado”.

Nação dopamina: Por que o excesso de prazer está nos deixando infelizes e o que podemos fazer para mudar – livro da  Dra. Anna Lembke : “Os cientistas consideram a dopamina como uma espécie de moeda corrente universal para a avaliação do potencial adictivo (viciante) de qualquer substância. Quanto mais dopamina no sistema de recompensa do cérebro, mais adictiva é a experiência”.

Leia também:

Receba notícias e newsletters do Curto News pelo Telegram e WhatsApp.

Rolar para cima