A Inteligência Artificial tem um imenso potencial de alterar a maneira como as pessoas se relacionam, seja socialmente, no amor ou sexo. Estudiosos apontam que a tecnologia pode virar uma espécie de companheira, suprindo a solidão para quem vive desacompanhado. Mas especialistas alertam para o excesso de confiança na tecnologia, com possível "desvalorização" da conexão humana e menos autenticidade na hora de nos relacionarmos.
Esqueça os sites de casamentos ou de encontros: a tecnologia das inteligências artificiais, hoje, é capaz de fazer muito mais do que encontrar sua cara metade. As IAs podem orientar você numa interação social, enriquecer suas relações, auxiliar na criação de filhos, no cuidado com idosos e até mesmo oferecer companheirismo.
Mas, a pergunta que se faz é: até onde isso é saudável? Será que os chatbots podem nos deixar dependentes ou nos impedir de ter laços emocionais genuínos?
Uma reportagem feita pela Fox News nesta semana levantou várias ponderações de especialistas sobre o assunto.
Rijul Gupta, CEO e cofundador da DeepMedia, acredita que à medida que as IAs forem evoluindo, elas serão capazes de “revolucionar” o namoro online, aprimorando as plataformas existentes, como Tinder e Hinge, com novos algoritmos que fornecem o “match” de forma mais “personalizada” e “eficiente”.
“Visualize uma experiência de namoro meticulosamente adaptada às suas preferências e desejos – este é o potencial transformador da IA no reino do romance. Ao analisar os dados e as preferências do usuário com precisão incomparável, a IA inaugura uma nova era de match altamente preciso. Os chatbots facilitam conversas envolventes, promovendo conexões significativas”, disse Gupta à emissora de TV norte-americana.
Gupta pondera que o papel da IA deve se restringir a aumentar a busca pelo amor, e não “replicar as emoções intangíveis” que definem nossa humanidade coletiva.
O fundador e CEO da Synthesis – empresa especializada em IA – , Oliver Goodwin, disse que a tecnologia já está impactando as relações humanas, com chatbots desenvolvidos para fornecer companhia virtual para aqueles que se sentem isolados ou solitários.
Esses chatbots podem falar com os usuários e oferecer conselhos com base no conhecimento online, além de relembrar conversas anteriores para contextualizar os sentimentos do indivíduo.
Há também modelos de IA desenvolvidos para aconselhar alguém com depressão, detectando padrões no comportamento do usuário e sugerindo atividades ou mudanças no estilo de vida que possam reduzir seus sintomas.
O chatbot também atua como um terapeuta: você pode compartilhar seus pensamentos, caso se sinta desconfortável em falar com familiares e amigos. Parece incrível certo? Mas como saber se isso será saudável é a grande questão.
“Na saúde mental, a IA pode desempenhar um papel na detecção precoce e no tratamento da depressão, mas é essencial garantir que a empatia e a compreensão humana permaneçam no centro do processo. A conexão humana ainda é fundamental”, ressalta Oliver Goodwin.
Embora a IA possa ajudar a facilitar namoros, relacionamentos e convívio social, ela também traz riscos em relação a privacidade, segurança de dados e o potencial de “desvalorização” da conexão humana.
“Uma dependência excessiva da IA também pode levar a conexões superficiais, aumento da solidão e dificuldades no desenvolvimento de laços emocionais genuínos”, avalia o CEO e fundador da Attain AI, Naeem Talukdar .
“Vimos os estágios iniciais de pessoas desenvolvendo bots para fins de companheirismo – há uma ladeira muito escorregadia surgindo. É crucial encontrar um equilíbrio entre a tecnologia assistida por IA e as interações humanas para garantir conexões significativas e bem-estar mental.”
(Fonte: Fox News)
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