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“Sextorsão”: deepfakes e Inteligência Artificial impulsionam onda de extorsão sexual na internet

A inteligência artificial geradora de "deepfakes" está alimentando esquemas de extorsão sexual ou sextorsão, alerta o FBI. De acordo com a polícia federal norte-americana, o número de casos de sextorsão relatados nos EUA aumentou 322% entre fevereiro de 2022 e fevereiro de 2023. A prática teve um aumento significativo desde abril, quando imagens modificadas por IA passaram a circular na internet. Além da troca inocente de "nudes", os jovens agora precisam se preocupar com a distorção de fotos aparentemente inofensivas postadas em redes sociais.

Publicado por
Marcela Guimarães


O FBI afirma que fotos ou vídeos inocentes compartilhados em redes sociais ou enviados em mensagens podem ser distorcidos em imagens sexualmente explícitas geradas por IA que são “realistas” e praticamente impossíveis de serem discernidas.

A sextorsão não é algo novo, mas o número de casos aumentou drasticamente desde a pandemia. De 2021 a 2022, houve um aumento de 463% nos casos relatados nos EUA (segundo levantamento feito pela bedbible.com. ) Agora as ferramentas de IA de código aberto simplificaram o processo para os predadores.

Segundo a polícia americana, geralmente os criminosos estão em outro país, usam essas imagens alteradas por IA para extorquir dinheiro de jovens ou suas famílias.

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A inteligência artificial geradora de deepfakes está alimentando esquemas de extorsão sexual. O FBI afirma que fotos e vídeos compartilhados em redes sociais podem ser distorcidos em imagens sexualmente explícitas geradas por IA.

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Mas afinal, o que é sextorsão?

A FBI descreve a sextorsão como um crime que “envolve coagir as vítimas a fornecerem fotos ou vídeos sexualmente explícitos de si mesmas e, em seguida, ameaçar compartilhá-los publicamente ou com a família e amigos da vítima”.

Segundo o FBI, “atores maliciosos usam tecnologias e serviços de manipulação de conteúdo para explorar fotos e vídeos – geralmente capturados de contas de mídia social de um indivíduo, da internet aberta ou solicitados à vítima – em imagens de temática sexual que parecem realistas e semelhantes à vítima, para depois circulá-las em redes sociais, fóruns públicos ou sites pornográficos”.

As vítimas, incluindo menores de idade, não sabem que suas imagens foram copiadas, manipuladas e divulgadas até que alguém as informe.

Sextorsão e suicídio

Segundo os números mais recentes do FBI, pelo menos uma dúzia de suicídios relacionados à sextorsão foram relatados em todo o país no início deste ano. Embora meninas também sejam alvo dos criminosos, a maioria das vítimas nos EUA são meninos entre 10 e 17 anos. O FBI afirmou que há casos de vítimas com apenas 7 anos.

O suicídio como consequência do sextorsão virou tema da mídia norte-americana após uma casos de grande repercussão, envolvendo o filho de um deputado republicano da Carolina do Sul.

Em julho passado, Gavin Guffey, de 17 anos, começou a trocar mensagem com alguém que se passava por uma garota no Instagram e começou a conversar pelo aplicativo e trocar imagens sensuais após ser convencido a ativar o “modo desaparecer”, que faz com que as mensagens desapareçam após serem recebidas. Por trás do perfil havia um criminoso que começou a pedir dinheiro, manipular as imagens, e aterrorizar o jovem com chantagens e ameaças de divulgação. Ele não resistiu tirou a própria vida.

De vítima na internet à especialista em segurança nas redes e combate à sextorsão

Alicia Kozak ficou conhecida como o primeiro casos de sequestro de uma adolescente à partir da internet: ela escapou de um cativeiro após passar dias nas mãos de um predador sexual com quem fazer contato com ela pela internet quando tinha 13 anos. Agora é uma especialista em segurança nas redes que palestra regularmente nas escolas e pelas redes sociais para educar os alunos sobre os perigos dos predadores online. 

“Quando isso aconteceu comigo, muitos dos perigos da internet eram desconhecidos, e agora estamos novamente no mesmo território”, disse Alicia em entrevista à Fox News. “A IA entrou no mainstream e qualquer pessoa pode acessá-la e usá-la”, alerta. 

Em entrevista ao site The Repository, Alicia diz que “a bolha não protege você dos perigos da internet”, e que os pais precisam ​​aprendam mais sobre os conflitos que os jovens estão vivendo na internet tenham conversas “desconfortáveis” com seus filhos para que eles se sintam confortáveis para pedir socorro, sem julgamentos ou medo.

“Os predadores não precisam sequestrar uma criança para abusar dela”, alerta Alicia.

(Fonte: site do FBI e Fox News)

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Marcela Guimarães

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