A queda dos streamings: estamos vendo o início dos preços altos, fusões e falências?

A era do streaming está passando por uma fase de reagrupamento, com a necessidade de encontrar novas estratégias para conquistar e manter os assinantes. As empresas precisam equilibrar os custos e oferecer opções atraentes para os consumidores, ao mesmo tempo que a indústria está percebendo que precisa ganhar dinheiro agora e precisa atrair usuários sem baixar os preços, enquanto a competição se intensifica. Seria a queda do streaming?

Publicado por
Marcela Guimarães

A indústria do entretenimento digital enfrenta um desafio após o ápice durante os anos de pandemia, com a retomada das viagens, bares, festas e passeios em família. Apesar do interesse do público, algumas das principais empresas de streaming têm enfrentado perdas significativas de clientes. É necessário oferecer produções originais que atraiam e fidelizem os usuários.

De acordo com uma pesquisa da plataforma Roku realizada entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022, 75% dos brasileiros usavam plataformas de streaming audiovisual diariamente. Isso levou a um aumento nos preços das assinaturas, que passaram R$77 mensais (em média) antes da pandemia para R$95,70 em 2022, aumento de 23,2%. No entanto, caso haja interesse em assinar novos serviços, o gasto total mensal pode chegar a R$268. Pesado, né?

Concorrência acirrada e falha de planejamento

Além disso, empresas enfrentam outros problemas, como a concorrência com uma diversidade absurda de streamings que surgiram nos últimos meses e problemas com planejamento. A Netflix, por exemplo, está enfrentando um processo movido por acionistas que a acusam de propaganda enganosa em relação à sua capacidade de aumentar o número de assinantes no primeiro trimestre de 2022.

Em 23 de maio de 2023, o HBO Max assustou o mercado a informar uma “junção” com Warner e Discovery, passando a se chamar apenas Max. Esse também foi o dia em que a Netflix tentou, silenciosamente, limitar o compartilhamento de senhas, enquanto o Max enfrentava problemas em seu aplicativo. Alguns consideram esse dia como o fim do streaming, claro, com muito exagero.

Sarah Henschel, analista da Omdia, afirmou em entrevista à Wired que a indústria de streaming está atingindo um ponto de inflexão, após uma década de crescimento desenfreado. Agora, os serviços precisam encontrar maneiras de gerar lucro e não podem mais oferecer todo o conteúdo por preços baixos.

“Estamos vendo muitos desses serviços atingirem a maturidade, enquanto nos últimos 10 anos tem sido meio que o Velho Oeste. Eles estão todos começando a encarar a realidade de que precisam ganhar dinheiro agora e não podem mais distribuir todo o conteúdo do mundo por US$ 5 (cerca de 25 reais aqui no Brasil) .”  

Nos últimos três anos, serviços como Netflix, Disney+ e outros enfrentaram a rotatividade de assinantes causada pelo excesso de opções, após terem conquistado uma audiência cativa durante a pandemia.

Para enfrentar a perda de receita, muitas empresas lançaram níveis de assinatura com suporte de anúncios. No entanto, essa estratégia também gerou confusão entre os espectadores se vale a pena investir em um streaming em meio às constantes mudanças de conteúdo.

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A era do streaming está passando por uma fase de reagrupamento, com a necessidade de encontrar novas estratégias para conquistar e manter os assinantes. Será que a indústria do entretenimento digital está em declínio?

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Luta pela sobrevivência dos streamings

A competição se intensificou à medida que empresas de tecnologia, como Netflix e Amazon, entraram no jogo da produção de Hollywood, enquanto Hollywood buscou estabelecer seus próprios serviços de streaming. No entanto, o cenário atual se assemelha mais ao mundo estabelecido da televisão, onde os programas circulam entre diferentes plataformas.

O que vai rolar com essa crise de identidade no streaming é uma incógnita. Henschel diz que o número de serviços de streaming atingiu um pico e provavelmente vai diminuir. Quando isso rolar, alguns streamers podem não dar conta ou perder força.

“É possível que muitos assinem e cancelem vários serviços, várias vezes”, comenta, concluindo que a ideia de “ver TV” vai envolver várias outras decisões que nem existiam há seis anos, ou até mesmo seis meses atrás.

(Fonte: The Monitor/Wired)

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Marcela Guimarães

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