Como funciona a nova vacina?
A Qdenga é uma vacina que se baseia no sorotipo 2 do vírus atenuado da dengue (quando o vírus permanece vivo, mas enfraquecido, sem capacidade de causar a doença, assim como acontece nas vacinas contra caxumba, febre amarela, poliomielite oral e sarampo).
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Segundo a Takeda, a base do sorotipo 2 do vírus fornece o “esqueleto” genético para os outros sorotipos do vírus, assim o imunizante consegue proteger contra qualquer um deles.
Ainda de acordo com a farmacêutica, a eficácia foi demonstrada a partir da primeira dose, sendo ampliada com o reforço. As pesquisas indicaram uma diminuição da eficácia no segundo ano de seguimento após a vacinação (24 meses) e, por isso, está em estudo a necessidade de uma dose de reforço após 4,5 anos.
“Essa avaliação está em andamento, mas ainda não podemos concluir se será necessário o reforço, uma vez que a vacina continuou demonstrando significativa redução de hospitalizações (84%) e de casos gerais de dengue (61,2%), mesmo após seguimento de 4,5 anos, com o esquema primário preconizado. De qualquer forma, a Takeda seguirá avaliando uma potencial necessidade de dose de reforço”, informou o laboratório em nota.
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A dengue é uma infecção viral transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti. A doença é uma questão de saúde pública não apenas no Brasil, mas em vários países da América Latina. Existem quatro sorotipos do vírus e a recuperação da infeção por um tipo dá imunidade vitalícia apenas contra ele. A exposição posterior a qualquer dos outros sorotipos eleva o risco para uma doença grave, por isso a importância de uma vacina.
A dengue matou mais de mil pessoas em 2022 e alcançou quase 1,5 milhão de casos prováveis no ano passado, segundo dados do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde.
O combate à dengue ainda continua sendo o controle do mosquito vetor, com ações de cuidado e limpeza: evitar água parada em recipientes, pneus, vasos. A vacinação acaba sendo mais uma ferramenta na busca do controle da doença, ainda epidêmica no Brasil.
Período de desenvolvimento da vacina
Foram feitos 19 estudos de fases 1, 2 e 3 envolvendo mais de 28 mil pessoas (crianças e adultos) em áreas endêmicas e não endêmicas. Todos foram acompanhados por quatro anos e meio. Os resultados apontam que a vacina atingiu seu objetivo primário de eficácia, que variou por sorotipo do vírus da dengue.
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Mas a coertura não é 100%: segundo a fabricante, as análises mostram que ao longo do seguimento de quatro anos e meio, a vacina evitou 84% dos casos de hospitalização de dengue e 61% dos casos de dengue sintomática na população total do estudo.
A principal vantagem dessa vacina em relação ao imunizante já existente é que ela pode ser aplicada em qualquer pessoa entre 4 e 60 anos sem a necessidade da realização de um teste pré-vacinação para saber se a pessoa já se contaminou pelo vírus anteriormente.
“É um imunizante bastante seguro e eficaz para essa faixa etária que foi aprovado. Além disso ela não tem o inconveniente que a outra vacina tem que poderia trazer um risco aumentado para quem nunca tivesse sido infectado anteriormente”, afirmou Alfredo Elias Gilio, infectologista pediátrico e coordenador da Clínica de Imunizações do Hospital Israelita Albert Einstein.
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Por enquanto a Qdenga ainda não está disponível no Brasil. A Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos, órgão interministerial, ligado à Anvisa, ainda precisa definir o preço, para só depois seguir com a importação do imunizante e comercialização para clínicas de saúde.
Fonte: Agência Einstein
@curtonews A Anvisa aprovou uma nova vacina contra a dengue no Brasil. O imunizante poderá ser aplicado em qualquer pessoa entre 4 e 60 anos. 💉 #CurtoNews ♬ som original – Curto News
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