Dark Kitchens: como funcionam os restaurantes fantasmas?

As dark kitchens já são mais de um terço dos restaurantes do iFood em São Paulo, mas essa expansão traz problemas de regulação e fiscalização de cozinhas que barram visitantes e são invisíveis para vigilância sanitária.

Publicado por
Danielly Oliveira

Dark kitchens são restaurantes de entrega única que funcionam sem contacto direto com o consumidor e não tem instalações para consumo local. Dessa forma, esse tipo de cozinha leva a comida até os clientes geralmente através de aplicativos.

As dark kichens ganharam popularidade no contexto da pandemia do covid-19, quando houve o aumento das restrições e distanciamento social em todo o mundo. No entanto, mesmo com a pandemia controlada, esse tipo de empreendimento segue crescendo. Isso porque muitas pessoas ainda preferem fazer pedidos online, ao invés de ir presencialmente. 

Por conta disso, as dark kitchens seguem como tendência em 2023. De outro lado, a falta de espaço nas grandes cidades também causaram o aumento desse tipo de restaurante, já que são opções mais econômicas. 

Mas as dark kitchens são positivas para a segurança alimentar?

Não há uma regulamentação nacional específica para as dark kitchens. No entanto, esses estabelecimentos, assim como qualquer restaurante físico, precisam seguir todas as normas da Vigilância Sanitária e fiscais para operar. Além disso, também precisam seguir as normas de cadastro e os termos de uso dos aplicativos, afirma o Ifood.

Esse tipo de negócio trouxe uma série de desafios de regulação e fiscalização, bem como problemas urbanísticos. Até mesmo autoridades sanitárias reconhecem que elas são invisíveis, e grandes empresas do setor atuam de forma pouco transparente, o que impede até o registro desses estabelecimentos.

Legislação

Dados de estudo dos pesquisadores do Laboratório Multidisciplinar em Alimentos e Saúde (Labmas), da Unicamp, revelaram que pelo menos um em cada três restaurantes cadastrados na plataforma iFood na cidade de São Paulo é uma cozinha-fantasma.  

“Percebemos que esse modelo de restaurante parece estar às margens das legislações – não porque seja ilegal em si, mas porque ninguém nunca se debruçou para entender direito como o setor funciona e como pode ser aprimorado”, diz Diogo Thimoteo da Cunha, pesquisador do Laboratório Multidisciplinar em Alimentos e Saúde (Labmas).

“Não queremos dificultar seu trabalho, inclusive porque sabemos que traz recursos e é uma tendência que veio pra ficar, mas entender seu impacto na economia e também viabilizá-lo de forma legal para que possa ser acessado adequadamente pela vigilância sanitária, que hoje tem dificuldades em fiscalizar cozinhas domésticas, fortalecendo o setor e trazendo proteção ao consumidor”, afirma.

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As dark kitchens já são mais de um terço dos restaurantes do iFood em São Paulo, mas essa expansão traz problemas de regulação e fiscalização de cozinhas que barram visitantes e são invisíveis para vigilância sanitária.

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