Miley Cyrus, príncipe Harry, Sandra Bullock... O que essas celebridades têm em comum? Todas apostaram na EMDR, uma abordagem terapêutica que busca curar traumas e outros problemas emocionais por meio de movimentos oculares.
O EMDR é a sigla em inglês para Eye Movement Desensitization and Reprocessing, ou seja, Dessensibilização e Reprocessamento por meio dos Movimentos Oculares. Ele utiliza uma combinação de técnicas para ajudar o indivíduo a processar memórias traumáticas. Durante uma sessão, o paciente se concentra em algum tipo de estímulo bilateral, como movimentos oculares, toques ou sons alternados. Esses estímulos ajudam a processar as emoções negativas associadas ao trauma, permitindo que o indivíduo desenvolva uma perspectiva mais favorável da experiência passada.
Inicialmente, o método foi utilizado para tratar sequelas provocadas por Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), abusos sexuais, estupros, assaltos, desastres naturais e outros tipos de violência. Com o tempo, novos trabalhos também começaram a obter resultados promissores no tratamento de ansiedade generalizada, fobias, síndrome de pânico, dor crônica, luto, dependência química, depressões e doenças psicossomáticas. Desde 2013, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o EMDR um tratamento eficaz para Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT).
“É uma terapia neurocerebral, então nós vamos estimular o cérebro e, a partir daí, reprocessar o trauma ou a crença negativa a fim de que ele não seja mais o norteador de sua vida, do que você sente ou faz. O evento traumático faz parte da nossa história, o que a gente não pode deixar acontecer é ele sempre reviver. Quando nós carregamos essas crenças negativas e passamos por situações parecidas, o cérebro acha que está revivendo aquilo e vai trazer a mesma resposta, por isso é difícil”, explica Giovanna Prates, psicóloga especialista em terapia EMDR e brainspotting.
A psicóloga reforça que até mesmo nas consultas terapêuticas, o paciente não revive o trauma. “Não é uma regressão ou hipnose, que você vai ter que voltar lá no seu trauma. Eu quero que deixe de fazer sentido como ele faz hoje”, explica. Por isso, o foco da sessão é ressignificar e reprocessar o evento traumático.
@curtonews EMDR é uma abordagem terapêutica que busca curar traumas por meio de movimentos oculares. Quem explica é a psicóloga especialista Giovanna Prates.
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Na terapia, podem ser utilizados aparelhos táteis, visuais ou auditivos. No aparelho tátil, por exemplo, o paciente pega duas esferas na mão que emitem vibrações em tempos intercalados. Essa vibração vai estimular os dois lados do cérebro. “Com isso, nós acessamos a área das memórias dentro do cérebro, então conseguimos ressignificar de uma forma mais assertiva aquela demanda”, explica Giovanna. O EMDR, dessa forma, diminui a intensidade dos pensamentos negativos vinculados a uma lembrança ou trauma.
Algumas celebridades mencionaram publicamente o uso do EMDR para lidar com problemas emocionais. Em maio de 2021, o príncipe Harry revelou ser adepto ao tratamento. A revelação veio na série documental ‘O Meu Lado Invisível’, que ele cocriou e produziu ao lado de Oprah Winfrey. Na série, eles conversam abertamente sobre saúde mental e abrem o jogo em relação às suas lutas pessoais.
“Londres é um gatilho, infelizmente, por causa do que aconteceu com a minha mãe, por causa do que eu passei e vi”, disse Harry. Depois de anos realizando a terapia tradicional, ele decidiu testar o EMDR. A série documental mostra até mesmo uma sessão que ele realizou.
Jameela Jamil, atriz britânica que participou da série ‘The Good Place’, também revelou que o EMDR foi fundamental em sua recuperação. Em uma publicação de outubro de 2019, ela escreveu: “Este mês, há seis anos, eu tentei tirar minha própria vida. Eu sou muito sortuda por ter sobrevivido e comecei a usar o EMDR para tratar meu quadro severo de estresse pós-traumático”.
Outra artista que também se mostrou contente com o tratamento por meio do EMDR foi a cantora Miley Cyrus. Em entrevista à Vogue britânica, ela disse que começou a terapia há pouco mais de um ano: “É tão útil. Basicamente, você exclui as sensações físicas associadas a essas memórias dolorosas. O EMDR realmente me ajudou”.
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