Você já conversou com seus pais, outros familiares ou amigos sobre a doação de órgãos? Parece um assunto difícil de abordar, mas necessário. A doação salva vidas e você precisa exprimir esse desejo: O número de famílias que não autorizam a doação de órgãos dos seus familiares que estão em morte cerebral aumentou 18% em três anos e é a maior taxa de recusa dos últimos dez anos 🙁
Um relatório anual da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) divulgado nesta semana (dia 6) aponta que a taxa de recusa familiar para doação de órgãos aumentou para 47%, a maior em uma década. A taxa de efetivação da doação não chega a 30%.
A advogada e empresária Patrícia Sibin Barbosa de Oliveira, de 48 anos, decidiu levantar a bandeira em prol da importância da doação de órgãos e criou uma página no Instagram para chamar a atenção para o tema.
Na redes social, Patrícia fala sobre o assunto sob a perspectiva de uma mãe que não sabia se o filho era doador e teve que tomar essa decisão diante do momento de maior dor que já viveu em sua vida.
“A gente precisa falar sobre doação de órgãos com nossos filhos”, alerta Patrícia.
Há pouco mais de nove meses ela teve de enfrentar sozinha a decisão de doar ou não os órgãos do filho Fernando, que morreu atropelado aos 23 anos após sair de uma festa em São João da Boa Vista, no interior de São Paulo.
A empresária sempre falou abertamente com familiares e amigos sobre a intenção de ser doadora de órgãos, nunca havia conversado com o filho a respeito do tema.
“Jamais imaginei que passaria por isso e por isso eu não sabia qual era a vontade dele”, conta. “Fiz a minha vontade, doei todos os órgãos possíveis e não me arrependo. Foi a coisa mais linda saber que pude salvar outras vidas”, disse Patrícia, emocionada ao lembrar do acidente e de como foi a decisão de doar os órgãos quando ele entrou em morte cerebral.
Em um relato comovente, patrícia conta que foi abordada com “todo cuidado e acolhimento” pela equipe de doação de órgãos.
“Fernando era um menino muito saudável, tanto que ficou em coma cerca de 20 dias após o acidente. Tinha apenas uma cicatriz na testa. Por que não doar? Os órgãos dele poderiam salvar outras vidas, e salvaram!”, lembra.
A empresária conta que o processo para doação é processo é rigoroso e segue uma entrevista minuciosa, para só a partir daí a central estadual de transplantes ser acionada para encontrar receptores compatíveis que já estão em uma lista de espera.
“No dia que as equipes chegaram para fazer a captação dos órgãos eu estava lá. Fui abraçar o meu filho pela última vez e queria acompanhar de perto todo o processo. Quando souberam que eu era a mãe do doador, os profissionais vieram me abraçar e me agradecer. Naquela hora chorei muito, pareciam anjos que estavam ali me consolando. Os cirurgiões e enfermeiros foram muito delicados e trataram o meu filho como uma alma ali e não como um corpo”, conta.
Quando a equipe foi buscar os órgãos, todos aplaudiram.
“Naquele momento, o céu desceu no hospital ou nós subimos ao céu, não tenho explicação. Foi muito bonito e emocionante. Fernando pôde doar o coração, o fígado, os rins e as córneas. Não pôde doar os pulmões porque pegou uma infecção hospitalar. Havia duas equipes aéreas, com aviões da Polícia Militar, e uma em solo. O que eu sei é que o coração do Fe foi para Belo Horizonte e o fígado foi para Passos. Ouvi dizer que as córneas foram para Pouso Alegre, mas não tenho certeza”, relembra.
Para Patrícia, é como se o filho vivesse ainda em outras 6 pessoas. 🧡
(Fonte: Agência Einstein)
@curtonews As doações de órgãos aqui no Brasil atingiram o patamar mais baixo dos últimos 10 anos. 😞 #CurtoNews ♬ som original – Curto News
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Este post foi modificado pela última vez em 16 de março de 2023 10:45
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