Bolsonaristas criminosos invadiram e destruíram, no domingo (8), o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto, que é a sede da Presidência da República. O Curto te conta, passo a passo, como foi a ação dos golpistas.
Os invasores quebraram móveis e vidraças, além de objetos históricos e obras de arte. Eles também invadiram gabinetes de ministros e rasgaram documentos.
Até o momento, o prejuízo ao patrimônio público, que entra no bolso de todos os brasileiros, ainda não foi calculado.
Esse movimento golpista está acontecendo há semanas em Brasília e em diversos QG do Exército pelo país; mas neste final de semana, cerca de cem ônibus chegaram de todos os lugares do Brasil. A ação foi combinada pelas redes sociais.
Era por volta de 14h quando os golpistas saíram do acampamento para caminhar em direção ao Congresso. A caminhada de 8 km foi escoltada pela Polícia Militar.
Na Esplanada dos Ministérios, onde fica o Congresso Nacional, tinham poucos policiais militares à postos, então a barreira foi facilmente ultrapassada pelos golpistas, que subiram a rampa. Alguns PMs tentaram controlar a invasão com spray de pimenta, mas tiveram que recuar. A Polícia Legislativa não conseguiu evitar a invasão.
Depois do Congresso, o STF e o Planalto foram invadidos.
No STF, os extremistas destruíram tudo que tinha pela frente. Uma porta do ministro Alexandre de Moraes foi arrancada. Roubaram comidas, retiraram poltronas e rasgaram documentos. Todos os vidros da fachada do prédio foram quebrados.
No Planalto, também invadiram gabinetes, vandalizaram e roubaram diversas coisas. Móveis, computadores e decorações foram quebradas. O gabinete da primeira-dama, Janja da Silva, foi invadido. A tela “As Mulatas”, de Di Cavalcanti, foi esfaqueada. A galeria com fotos dos ex-presidentes foi destruída. Armas e munições foram roubadas.
O gabinete do presidente tem uma porta blindada e não foi invadido.
Com os prédios tomados pelos golpistas, a PM aumentou o número de policiais e começou a usar bombas e gás lacrimogêneo. Além disso, também tiveram apoio da cavalaria e da Tropa de Choque. Alguns policiais e cavalos foram agredidos.
O secretário de Segurança do DF, Anderson Torres, estava nos Estados Unidos. Torres foi ministro da Justiça até o fim do governo Bolsonaro. Ele foi demitido pelo governador do Distrito Federal e o governo federal pediu a prisão de Torres ao STF.
No sábado (7), o chefe da polícia do Senado pediu reforço ao governo do DF porque tinha recebido a informação de que bolsonaristas preparavam a invasão. Ele disse que foi ignorado.
No momento do atentado, o presidente Lula (PT) estava em Araraquara (SP) e voltou à capital federal na mesma noite. No domingo, ele assinou um decreto de intervenção para que o governo federal assuma a segurança pública do DF até o dia 31 de janeiro.
Na madrugada desta segunda-feira (9), o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, afastou o governador do DF, Ibaneis Rocha, por 90 dias.
Segundo o balanço mais recente da Polícia Civil do DF, divulgado nesta segunda-feira (9), 204 pessoas foram presas em flagrante nos atos golpistas de ontem. Nesta manhã, 1.200 pessoas foram detidas pela Polícia Federal em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília.
Os presos poderão responder por diversos crimes, incluindo golpe de estado, que prevê até 12 anos de prisão.
Veja uma lista dos possíveis crimes cometidos:
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