Número de adolescentes que “não aproveitam a vida” dobrou com as redes sociais, diz pesquisa

É a nova grande depressão. Desde o surgimento das mídias sociais, a ansiedade e os sentimentos de desesperança dispararam entre os adolescentes. Quase metade deles diz que concorda com afirmações como "Não consigo fazer nada direito", "Não aproveito a vida" e "Minha vida não é útil", cerca do dobro de uma década atrás.

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Isabella Caminoto

“Estes são números impressionantes, apenas aumentos enormes“, disse o psicólogo e especialista em gerações, Dr. Jean Twenge, ao jornal americano The Post. “E os pais estão legitimamente muito preocupados com a saúde mental de seus filhos”, acrescenta. 

A pesquisa, conduzida pela Universidade de Michigan e apresentada no livro Generations: The Real Differences Between Gen Z, Millennials, Gen X, Boomers and Silents, and What They Mean for America’s Future, é apenas a mais recente revelação surpreendente sobre juventude e saúde mental.

A causa número 1, de acordo com Twenge, são as mídias sociais e o tempo de tela. Na verdade, as taxas de sintomas depressivos em adolescentes aumentaram tremendamente desde a popularização em massa dos smartphones no início dos anos 2010.

“Não há dúvida de que esta é a principal causa do aumento da depressão adolescente”, diz Twenge. “É de longe a maior mudança no cotidiano dos adolescentes nos últimos 10 a 12 anos. Nada mais chega perto”, diz o especialista. 

A pesquisa da Universidade de Michigan é realizada anualmente desde 1991, com 50 mil estudantes em todo o país questionados se eles concordam com as afirmações “Não consigo fazer nada direito“, “Não gosto da vida” e “Minha vida não é útil.” 

Embora os números tenham permanecido estáveis ​​até por volta de 2012, começaram uma forte ascensão no ano seguinte. Até então, menos de 20% dos alunos afirmaram concordar com a frase “não gosto da minha vida“; agora metade faz.

Isso coincide com a ascensão de plataformas como Instagram, Snapchat e Musical.ly, que estreou em 2015 e se tornou o TikTok dois anos depois.

Hoje, os adolescentes podem passar até nove horas por dia colados às telas, com metade deles dizendo que estão online “quase constantemente”.

O tempo de tela está tirando os adolescentes da estrada para a idade adulta. Desde que os smartphones entraram em cena, a proporção de adolescentes que namoram, tiram carteira de motorista e trabalham remunerados despencou.

“É uma mudança fundamental na forma como os adolescentes passam o tempo livre”, explica Twenge. “Se você juntar tudo isso, mais tempo na tela, menos tempo com amigos cara a cara, menos tempo dormindo, é uma receita muito perigosa para a saúde mental”, conclui.

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Desde o surgimento das mídias sociais, a ansiedade e os sentimentos de desesperança dispararam entre os adolescentes. Quase metade deles diz que concorda com afirmações como “Não consigo fazer nada direito” e “Minha vida não é útil”, cerca do dobro de uma década atrás.

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Este post foi modificado pela última vez em 24 de julho de 2023 08:28

Isabella Caminoto

Advogada e mestranda em Direito Internacional, tenho a democracia e a liberdade como bandeiras irrenunciáveis. Sou apaixonada pelos animais e acredito que o bem-estar do nosso planeta deveria ser o destaque diário da pauta da nossa sociedade.

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