“A gente tem que entender exatamente qual é a situação: existe um grau de incerteza elevado, mas é preciso separar o que é sinalização, do que é informação de fato, do que é ruído, do que é realmente algo que possa mudar o ambiente. Esse é o desafio dos próximos dias”, explica o economista-chefe do Banco Modal, Felipe Sichel ouvido pelo Curto News.
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O que ele está dizendo é que o mundo globalizado está vivendo, talvez, a primeira a crise bancária da era do Twitter. Portanto, um prato cheio para que especulações e análises sem fundamentos provoquem uma onda crescente, e desproporcional, de saques por medo, que pode prejudicar a saúde do sistema bancário.
É também isso que tentam evitar as autoridades econômicas dos Estados Unidos e da Europa diante da quebra do Silicon Valley Bank, na Califórnia. Nesta segunda-feira (13), o presidente Joe Biden (EUA) veio à público afirmar que sistema bancário dos EUA “é seguro” e que depósitos dos norte-americanos estarão disponíveis “quando precisarem”.
O que Biden quer é evitar que outros correntistas, com medo de que o banco onde possui investimentos ou valores depositados também quebre, corram para sacar esse dinheiro. Isso sim produziria um efeito em cascata perigoso para o sistema financeiro.
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@curtonews Você já ouviu a expressão “contágio financeiro”? Sabe o que significa? Quem explica é Felipe Sichel, economista-chefe do Banco Modal. Se liga! 👀
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E por que surgem preocupações com o contágio financeiro da quebra do Silicon Valley Bank (SVB)? O que significa isso?
“O contágio financeiro é um termo muito associado ao que a gente viveu na crise de 2008. A ideia é que numa crise que, em princípio, não é sistêmica, ou seja, não é uma crise do setor bancário como um todo, a medida que você vai tendo um problema em um banco e em outro, e as obrigações ou títulos desses bancos podem ser interligados, esse problema iria se alastrando para outras instituições financeiras ainda que saudáveis”.
Felipe Sichel explica, ainda, que a crise no SVB foi provocada por retiradas de depósitos de uma só vez. E esse movimento pode incentivar outros correntistas, de outros bancos, a fazer o mesmo – por temor de um “quebra-quebra” nas instituições financeiras.
“E o problema que a gente viu acontecer com o SVB acaba se estendendo para outras instituições, né? O risco por trás disso é provocar uma crise bancária” – que poderia ser relevante historicamente e co,, consequências macroeconômicas. “Justamente por isso, as autoridades se movem tão rapidamente”, conclui o economista.
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Veja a entrevista completa com Felipe Sichel no nosso Youtube:
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