Nos últimos anos, a ascensão das redes sociais revolucionou a maneira como interagimos com o mundo ao nosso redor. Uma plataforma em particular, o TikTok, conquistou a atenção global, proporcionando uma infinidade de vídeos curtos e envolventes que cativaram milhões de usuários. Mas além das danças, desafios virais e comédia rápida, existe um fenômeno que tem ganhado destaque no aplicativo: os ruídos sonoros.
Existem alguns tipos de ondas ou ruídos sonoros; o que os difere são suas frequências de oscilação. Os mais famosos são white noise (ruído branco), pink noise (ruído rosa) e brown noise (ruído marrom).
Esses ruídos sonoros, muitas vezes compostos por batidas e frequências, são utilizados por usuários do TikTok como uma forma de relaxamento e bem-estar – mas esses “barulhos” são, de fato, eficazes?
Conversamos com Guilherme Brockington, físico pós-doutorado em Neurociência, para entender se os ruídos sonoros são capazes de promover respostas. Em um primeiro momento, questionamos como os ruídos branco, marrom e rosa atuam no cérebro.
“Nesse caso, ruído se refere a flutuações aleatórias ou estáticas que interferem na transmissão e processamento de dados. Essas flutuações podem resultar de uma variedade de fatores, incluindo ruído térmico, interferência de outros dispositivos e degradação do sinal durante a transmissão. Ocorre que há alguns anos se estuda o que chamamos de ressonância estocástica, que consiste em inserir ruído em um sinal, causando, nesse caso, um resultado desejável que é a facilitação do processamento da informação. É daqui que surge a ideia de usar esses “white, brown e pink noise” para melhorar a cognição, ajudar a dormir ou aumentar a concentração.
A teoria mais aceita para os impactos desses ruídos estaria baseada na ressonância estocástica, ou seja, ao você colocar um fone de ouvido com um ruído branco, esse sinal poderia, então, facilitar o processamento da informação. Como isso seria feito? Ninguém faz a menor ideia… Há poucas evidências realmente sólidas desses efeitos para que um mecanismo possa ser depreendido. Alguns pesquisadores defendem, por exemplo, que o ruído branco poderia facilitar a liberação de dopamina tendo efeitos benéficos em pessoas com TDAH. Por outro lado, existem pesquisas mostrando que, de fato, o ruído branco causa efeitos deletérios no cérebro. Mas, a grande parte das pesquisas, quando faz uso de condições de controle adequadas, mostra que praticamente não há efeito algum desses ruídos na cognição ou sono”.
Dessa forma, Guilherme diz que não é possível dizer que, de fato, os ruídos promovam bem-estar e relaxamento. “Os resultados são poucos e bem controversos, de modo que a comunidade científica não tem confiança em fazer essa afirmação. Por exemplo, existe uma pesquisa que mostra que o ruído branco induz o sono proporcionando uma noite melhor. Contudo, o estudo foi conduzido sem o rigor necessário, de modo que não se pode saber se isso ocorreu por causa do ruído ou por causa de todo o ritual empregado para ir pra cama, como deitar-se no mesmo horário, ficar sem exposição a luzes muito claras bem antes de deitar-se… O efeito do hábito de dormir a partir de um ritual é bastante conhecido, de modo que não foi possível, neste estudo, distingui-lo do efeito do ruído”, explica o físico.
@curtonews Pink noise, white noise, brown noise… Os ruídos sonoros populares no TikTok têm efeito no cérebro? 🧠
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