Qual é o seu sonho para o futuro da Amazônia? A maior floresta tropical do mundo, cuja biodiversidade está conectada com a vida de todo o planeta, tem sofrido ataques constantes e precisa se tornar o centro de uma nova política de preservação. O Curto News conversou com Larissa Noguchi - jornalista, criadora de conteúdo digital, atleta da canoagem, ativista e cidadã da Amazônia - para descobrir o que ela pensa que deve ser prioridade na pauta ambiental do próximo governo. Confira!
Larissa é de Belém, mas os rios são a sua casa. Atleta da canoagem, ela é assessora de comunicação institucional da Mandí, uma ONG liderada por mulheres que atua na Amazônia paraense convidando pessoas a imaginar outros futuros para as cidades, partindo das águas amazônicas.
O Curto News conversou com Larissa para escutar – de quem vive e respira a nossa Amazônia – o que ela pensa da situação atual da região, como foram os últimos anos e o que se pode esperar do futuro.
Partindo do passado recente até o momento atual, Larissa avalia que o governo Bolsonaro agravou – e muito – o processo de destruição da Floresta Amazônica.
Como exemplos de ações do atual governo que provocaram aumento recorde do desmatamento, queimadas e invasão de terras indígenas na região amazônica, Larissa cita a transferência das funções da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) para o Ministério da Agricultura, o corte de verbas governamentais para a proteção do meio ambiente, o enfraquecimento da pesquisa e o desaparelhamento dos sistema de monitoramento e combate aos crimes ambientais .
“A gente percebeu, aqui na Amazônia, que o garimpo ilegal tomou conta, o que causou a desproteção dos povos originários”, disse. Larissa classifica a atual gestão como “longe de um governo que preze pelo crescimento sustentável, longe de uma Amazônia que a gente quer pro futuro”.
A influenciadora ressalta que a falta de atuação do poder público, o afrouxamento das leis ambientais, a valorização da bancada ruralista e daqueles que enriquecem com a exploração e destruição dos nossos biomas, permitiu uma série de crimes ambientais.
“Se eu afrouxo as políticas públicas e quem fiscaliza também não está dentro dessa política mais rigorosa, consequentemente eu tenho mais crimes ambientais”.
A comunicadora relembra, ainda, o afastamento do Brasil da comunidade internacional durante a gestão do governo Bolsonaro, o que acarretou na falta de financiamento de importantes ações ambientais.
Mirando no futuro, Larissa pontua que a COP27 – que aconteceu ano passado no Egito – foi um sinal do futuro desejado. Uma Conferência tão importante que contou com a presença da juventude amazônica, com representantes dos povos originários da Amazônia.
“Como jovem, profissional, ativista e cidadã da Amazônia, o que a gente mais deseja é que, no próximo governo, a política ambiental seja pensada por nós e para a gente também. Queremos olhar para essa política ambiental e perceber que nós também estamos lá de alguma forma. Que quem estiver fazendo algo pela região esteja fazendo com propriedade, de um lugar de fala de verdade”.
O maior desejo da influenciadora, compartilhado por aqueles que vivem e defendem a Amazônia, é que as decisões a respeito dela sejam tomadas por representantes da região, que conheçam a sua realidade e suas necessidades. “Temos esperança que isso aconteça agora”.
Segundo Larissa, o caminho seria eleger uma bancada que fale pela Amazônia e seus povos; esse seria o ponto de partida. “Estamos correndo perigos sérios. Não temos tempo a perder”.
Para ela, o principal foi conquistado: “Ouvidos, uma possibilidade de diálogo”. Alguém que escute quem pode e saiba falar pela Amazônia.
@curtonews " O que a gente mais deseja é que, no próximo governo, a política ambiental seja pensada por nós e para a gente também". #TikTokNotícias ♬ som original – Curto News
Larissa defende que os povos originários merecem o nosso respeito e devem participar ativamente, tendo poder de escolha pela Amazônia. “Eles sim sabem o início e o fim do ciclo, eles que estão conectados dentro do que é o bioma, do que realmente funciona ou não”.
Por fim, ela conta que a menos de 10km da sua casa, em Belém, está a Ilha das Onças. Um lugar nativo, sem energia elétrica, que é habitado por uma população ribeirinha. E que percebe como se afastou dessa identidade, mesmo estando somente a um rio de distância. “No futuro, espero que a gente volte às nossas raízes, para um futuro ancestral”.
Bacana né? Uma voz de esperança de quem vive e respira a Amazônia e consegue vislumbrar um futuro melhor. 💚
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