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Bate-boca e agressões marcam sessão na Câmara e votação de projeto contra aborto é adiado

Após horas de discussão, que contou com agressões físicas e verbais, a Comissão de Direitos da Mulher na Câmara dos Deputados acatou um pedido de vista – mais tempo para análise do texto – ao projeto de lei que institui o Estatuto do Nascituro. Com isso, a votação desta quarta-feira (7) foi adiada. A proposta que, na prática, impede o aborto em situações atualmente previstas em lei, como nos casos de estupro, pode ser votada na próxima semana.

A deputada bolsonarista Policial Kátia Sastre (PL-SP), que preside a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, pautou essa proposta como item único no colegiado. O texto é discutido na Câmara desde 2007 e, com frequência, volta à pauta a pedido de parlamentares conservadores.

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O projeto de lei que institui o Estatuto do Nascituro garante ao feto “o direito à vida, à saúde, ao desenvolvimento e à integridade física” e proíbe “qualquer dano ao nascituro”. Segundo o parecer publicado, o feto resultante de violência sexual terá os mesmos direitos dos demais nascituros. Ou seja, o dispositivo impedirá o aborto em caso de estupro, hoje garantido em lei.

A legislação atual também permite o procedimento quando há risco à vida da gestante ou quando há um diagnóstico de anencefalia do feto – possibilidades que também seriam atingidas com a proposta em discussão.

Ânimos acirrados

O clima ficou tenso quando a presidente da Comissão impediu a entrada do público, mantendo a votação em portas fechadas. No início da tarde, um manifestante pró-Bolsonaro foi até o local e acertou um soco no rosto de uma apoiadora do PSOL. (Congresso em Foco)

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A líder do PSOL no Congresso Nacional, Sâmia Bonfim, divulgou em suas redes sociais um vídeo que mostra o bate-boca que tomou conta da Câmara.

Nas redes, há dias, já circula uma ação para barrar o Estatuto do Nascituro, com a intenção de pressionar o relator do projeto, o deputado Emanuel Pinheiro Neto (MDB-MT).

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