Covid-19 causou três vezes mais mortes de crianças pequenas que outras 14 doenças em uma década

As outras 14 doenças são consideradas "evitáveis", já que pacientes demonstram resposta positiva à vacinação contra seus agentes. O levantamento foi feito pela Fiocruz a partir de dados do Ministério da Saúde.

🎯Notícia curta

  • Entre 2020 e 2021, o coronavírus fez 1.508 vítimas de até 5 anos no Brasil.
  • Já entre 2012 e 2021, mortes decorrentes de outras quatorze doenças, como a poliomelite, o tétano e a hepatite B, somaram 498.
  • As mortes pelas quatorze doenças analisadas se classificam como evitáveis, pois vacinas e outros cuidados disponíveis no SUS têm o poder de freá-las.
  • A vacinação com Coronavac de crianças entre três e cinco anos foi autorizada para uso emergencial no último dia 13.

Em dois anos, o número de mortes de crianças de zero a cinco anos por Covid-19 foi mais do que o triplo do total de mortes causadas durante dez anos por outras 14 enfermidades.

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Esse conjunto de causas faz parte da Lista Brasileira de Mortes Evitáveis, que cita doenças com potencial de matar, mas cujos riscos podem ser prevenidos a partir da vacinação, acompanhamento pré-natal, cuidados no parto e outras intervenções oferecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

4 vezes mais letal

Olhando apenas para 2020 e 2021, os dois primeiros anos da pandemia, a letalidade da Covid-19 entre os pequenos foi 411% maior do que a de todas as outras doenças. A conclusão foi feita pelo Observatório de Saúde na Infância da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com dados do SIM, o Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde.

Espera por vacina

Crianças de três a cinco anos podem ser imunizadas com a Coronavac, vacina do Instituto Butantan. A faixa etária, porém, não é a mais vulnerável do grupo. Crianças de seis meses a dois anos de idade têm o dobro de risco de morte por Covid-10 em relação às que acabam de ser liberadas para a vacinação.

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A autorização foi feita em caráter emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no dia 13 de julho. Ainda não há previsão para que o órgão libere a vacinação do grupo de crianças de até dois anos.

(Foto do topo: Agência Brasil/ Marcelo Casal Jr)

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