“Enchentes, secas, ondas de calor, incêndios e tempestades extremas só pioram e batem recordes com frequência perturbadora”, disse Guterres em uma mensagem de vídeo junto à publicação de um relatório sobre o clima da Organização Meteorológica Mundial (OMM) da ONU.
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“Ondas de calor na Europa. Inundações colossais no Paquistão. Secas graves e prolongadas na China, no Chifre da África e nos Estados Unidos. Não há nada de natural na nova magnitude desses desastres”, afirmou.
“Eles representam o preço do vício da humanidade em combustíveis fósseis”, falou o secretário-geral, que pede o abandono do carbono e o desenvolvimento de energias renováveis.
O relatório da OMM (*), divulgado poucas semanas antes da cúpula climática da COP27, agendada para novembro no Egito, mostra que o mundo está “indo na direção errada” diante das mudanças climáticas e suas consequências catastróficas.
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As concentrações de gases de efeito estufa continuam aumentando e batendo novos recordes e as emissões vinculadas às energias fósseis já estão acima dos níveis anteriores à pandemia de covid-19.
Segundo os dados preliminares citados no relatório, as emissões mundiais de CO2 entre janeiro e maio deste ano são 1,2% maiores que as do mesmo período de 2019. Este crescimento é impulsionado pelos Estados Unidos, pela Índia e “pela maioria” dos países europeus, segundo os autores.
E o aquecimento ligado à atividade humana não tem trégua.
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Os autores do relatório estimam que há 93% de chance de que pelo menos um dos próximos cinco anos seja o ano mais quente já registrado, que, até agora, é 2016.
“Todos os países precisam aumentar suas ambições climáticas nacionais a cada ano, até que estejamos na direção certa”, disse Guterres.
O secretário-geral da ONU pediu ao grupo G20 das principais economias do mundo que “mostre o caminho” sendo “responsável por 80% das emissões globais”.
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Antonio Guterres chamou de “escândalo” que os países desenvolvidos, em sua opinião, não tenham levado a sério as questões de adaptação aos efeitos das mudanças climáticas e tenham ignorado seus compromissos de ajudar os países mais pobres.
Guterres pediu que respeitem “totalmente” o compromisso assumido na COP26 em Glasgow de pagar 40 bilhões de dólares anualmente para adaptação aos efeitos do aquecimento global.
O financiamento da adaptação deve aumentar para pelo menos 300 bilhões de dólares anualmente até 2030, disse ele.
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(Com AFP)
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