Créditos da imagem: AFP

Após onda de protestos, Irã decide abolir polícia moral

O Irã decidiu abolir a polícia moral após mais de dois meses de protestos desencadeados pela morte de Mahsa Amini, uma jovem de 22 anos detida por supostamente violar o rígido código de vestimenta do país, anunciou a imprensa local neste domingo (4). O anúncio da abolição ocorre depois que as autoridades anunciaram que estavam analisando se a lei de 1983 sobre o véu obrigatório precisava de mudanças.

“A polícia moral não tem nada a ver com o Poder Judiciário” e foi suprimida, anunciou o procurador-geral do Irã, Mohammad Jafar Montazeri.

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A polícia da moralidade, conhecida como Gasht-e Ershad [patrulhas de orientação], foi criada sob o regime do presidente ultraconservador Mahmoud Ahmadinejad [no poder de 2005 a 2013] para “espalhar a cultura da decência e do hijab”, o véu muçulmano feminino.

Luta por Mahsa Amini

A República Islâmica está mergulhada em uma onda de protestos desde a morte de Mahsa Amini em setembro. A jovem curdo-iraniana havia sido detida pela polícia moral. Autoridades afirmam que a morte foi causada por problemas de saúde, mas a família afirma que Amini morreu após ser espancada.

Desde então, as mulheres lideram os protestos, nos quais gritam palavras de ordem contra o governo, tiram e queimam seus véus.

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De acordo com o último balanço divulgado pelo general iraniano Amirali Hajizadeh, da Guarda Revolucionária, mais de 300 pessoas morreram nas manifestações. Segundo ONGs, porém, esse número seria mais do que o dobro.

O uso do véu se tornou obrigatório no Irã em 1983, quatro anos depois da Revolução Islâmica de 1979. A lei estabelece que tanto as mulheres iranianas quanto as estrangeiras, independentemente de sua religião, devem usar véu cobrindo o cabelo e usar roupas largas em público.

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(Com AFP)

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