Em pequenas doses e bem controlada, a inflação é um sinal de que a economia está funcionando, mas o fato é que ela preocupa de meros mortais a mandatários em todos os países, dos menos expressivos às grandes potências mundiais. Afinal, o que é a inflação, como ela é medida e para que servem os índices? O Curto News te conta o que você precisa saber sobre o assunto.
Inflação, dentro dos conceitos de economia, é o nome dado ao aumento generalizado dos preços de produtos e serviços durante um período de tempo determinado. Ela é calculada por índices de preços, os chamados índices de inflação.
No país, esses índices são produzidos por várias instituições, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O IBGE produz dois dos mais importantes índices: o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), considerado o oficial pelo governo federal, e o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).
Os índices que medem a inflação são formados a partir da variação média de preços de uma cesta de produtos e serviços, dependendo do objetivo a que se propõem. Por exemplo, o do IPCA é acompanhar a variação dos gastos de famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos. Já o INPC mede a variação do custo de vida de famílias de menor poder aquisitivo. Há também os índices que acompanham a evolução dos preços agrícolas e industriais ou da construção civil, entre outros.
Até você pode medir a sua inflação no portal da FGV.
No caso do IPCA e do INPC, a cesta é definida pela Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), do IBGE, com base no que a população consome e quanto do rendimento familiar é gasto em cada produto: arroz, feijão, passagem de ônibus, material escolar, médico, cinema, entre outros. Dessa forma, são levados em conta a variação de preços dos produtos e o peso (neste caso, percentual de comprometimento) que eles têm no orçamento familiar.
Produzido pelo IBGE desde dezembro de 1979, o IPCA é usado pelo governo federal como índice oficial de inflação do Brasil, servindo de referência para as metas de inflação e para as alterações na taxa de juros. Ele é o índice comumente usado para corrigir salários, aluguéis, taxa de câmbio, poupança e tudo o que precisa ser monetariamente atualizado.
O IPCA acompanha a variação média dos gastos de um grupo de produtos e serviços utilizados por famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos que vivem nos centros urbanos. O levantamento é feito do dia 1º ao dia 30 de cada mês nas regiões metropolitanas de várias capitais do país. O IBGE também produz o IPCA-15 – o período de coleta vai do dia 16 do mês ao dia 15 do mês seguinte – e o IPCA-E (Especial), que mede o índice acumulado a cada trimestre pelo IPCA-15.
O INPC acompanha a variação do custo de vida médio de famílias com renda mensal de 1 a 5 salários mínimos. Esse grupo é mais afetado pelas variações de preços de itens básicos, como alimentação e transporte, nos quais as famílias comprometem a quase totalidade de seus rendimentos.
Esse é o índice usado como referência para definir o salário mínimo, reajustar salários e as aposentadorias pagas pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
O IGP (Índice Geral de Preços) é produzido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) desde a década de 1940. Ele acompanha a evolução dos preços em várias etapas do processo produtivo de diferentes atividades.
O IGP é a média aritmética ponderada de três outros índices de preços: o IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo), que mede os preços no atacado, com peso de 60%; o IPC (Índice de Preços ao Consumidor), que mede os preços ao consumidor, com peso de 30%, e o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção), que calcula a variação dos preços no setor da construção civil, com peso de 10%.
O IGP possui três versões com períodos de coleta diferentes: IGP-DI (entre o 1º e o último dia do mês de referência), IGP-10 (de 11 a 10) e IGP-M (de 21 a 20). Ele é usado para reajuste de aluguéis, mensalidades escolares, planos de saúde, entre outros.
O IPC (Índice de Preços ao Consumidor), calculado pela FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), começou a ser produzido em 1939 pela Divisão de Estatística e Documentação da Prefeitura do Município de São Paulo. Passou, depois, a ser feito pelo Instituto de Pesquisas Econômicas, ligado ao Departamento de Economia da USP, de 1968 até 1973, quando a FIPE foi criada.
Ele acompanha a variação do custo de vida de famílias com renda entre 1 e 10 salários mínimos dentro do município de São Paulo. A coleta de preços é feita com base na POF (Pesquisa de Orçamento Familiar) semanalmente.
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