Mesmo nos setores de atividades em que as mulheres são maioria, em média, elas recebem menos. Nos serviços domésticos, as trabalhadoras ocupam cerca de 91% das vagas, e o salário é 20% mais baixo que o dos homens. Em educação, saúde e serviços sociais, mulheres representam 75% do total e têm rendimentos médios 32% abaixo dos recebidos pelos homens.
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Serviços domésticos
Mulheres
- menos de um ano de estudo recebem R$ 819;
- com ensino fundamental incompleto, R$ 972;
- com ensino fundamental completo, R$ 1.092;
- com médio incompleto, R$ 926;
- com médio completo, R$ 1.087;
- com superior incompleto, R$ 1.120;
- com superior completo, R$ 1.257.
Homens
- menos de um ano de estudo, recebem R$ 1.061;
- com ensino fundamental incompleto, R$ 1226;
- com ensino fundamental completo, R$ 1.386;
- com médio incompleto, R$ 986;
- com médio completo, R$ 1.470;
- com superior incompleto, R$ 1.156;
- com superior completo, R$ 1.771.
Educação, saúde, e serviços sociais
Mulheres
- menos de um ano de estudo recebem R$ 1.565;
- com ensino fundamental incompleto, R$ 1.333;
- com fundamental completo, R$ 1.358;
- com médio incompleto, R$ 1.261;
- com médio completo, R$ 1.718;
- com superior incompleto, R$ 1.840;
- com superior completo, R$ 4.063.
Homens
- menos de um ano de estudo recebem R$ 1.928;
- com ensino fundamental incompleto, R$ 1.750;
- com fundamental completo, R$ 1.551;
- com médio incompleto, R$ 1.554;
- com médio completo, R$ 2.076;
- com superior incompleto, R$ 2.302;
- com superior completo, R$ 6.331.
“A desigualdade de gênero no mercado de trabalho reproduz e reafirma esse desequilíbrio já existente em todas as esferas da sociedade, sob a forma do machismo. A partir dos papéis atribuídos a homens e mulheres, negros e negras, desenham-se as desigualdades e as relações de poder, seja econômico, sexual ou político”, destaca a pesquisa do Dieese.
Famílias
O levantamento mostra que a maioria dos domicílios no Brasil é chefiada por mulheres.
Dos 75 milhões de lares brasileiros:
- 50,8% (38,1 milhões de famílias) tinham liderança feminina;
- Com chefia masculina somaram 36,9 milhões (49,2%);
- As mulheres negras lideravam 21,5 milhões de lares (56,5%);
- E as mulheres não negras, 16,6 milhões (43,5%);
“Os indicadores mostraram o que se vivencia na prática: um contingente de mulheres que ganha menos se insere de forma precária e leva mais tempo em busca de colocação no mercado de trabalho. Esse quadro faz com seja perpetuada a situação de vulnerabilidade não só da mulher chefe de família, mas de todos os familiares, com a transferência de milhares de crianças e jovens da escola para o mercado de trabalho, para que contribuam com a renda da família”, destaca a pesquisa do Dieese.
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De acordo com a entidade, para mudar esse cenário será necessário reforçar políticas transversais de igualdade de gênero, garantir igualdade de oportunidades no mercado de trabalho, reduzir a desigualdade econômica e aumentar o número de mulheres em posição de liderança.
“É preciso que o país cresça e gere renda e emprego de qualidade, mas é necessário também enfrentar as desigualdades de gênero, raça e cor, e que as mulheres tenham mais voz na sociedade, via negociação coletiva e políticas públicas.”
(Com Agência Brasil)