Antes de qualquer explicação, é importante deixar bem claro: o código-fonte das urnas eletrônicas foi disponibilizado um ano antes das eleições para “inspeção” de observadores do processo eleitoral brasileiro.
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Em outubro de 2021, ele foi aberto pelo Tribunal Superior Eleitoral para que pessoas e entidades fiscalizadoras pudessem inspecioná-lo e confirmar que a programação das urnas não foi alterada.
Mesmo assim, o tal código-fonte “secreto” e “suspeito” foi um dos motivos para milhares de bolsonaristas participarem da invasão e depredação dos prédios do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF).
O que é o código-fonte ?
O código-fonte é o conjunto de arquivos que contém as instruções do que deve ser executado pela urna eletrônica.
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“O código-fonte das urnas é disponibilizado e inspecionado em momentos específicos e em um ambiente controlado pelo TSE. Não é um código que fica disponível de forma ampla”, explicou à AFP Lucas Lago, mestre em Engenharia da Computação e coautor de dois relatórios sobre o sistema eleitoral brasileiro.
Dessa forma, o código fica disponível para fiscalizadores, que incluem as Forças Armadas, partidos políticos e membros da sociedade civil, como acadêmicos.
Portanto, a ideia de que o código seja “escondido” é, “no geral, mentirosa”, diz.
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Em 2017, o professor Paulo Matias, do Departamento de Computação da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), examinou o código-fonte das urnas durante o Teste Público de Segurança.
“Não encontrei nada que pudesse indicar um ‘código de fraude’. Identificamos vulnerabilidades, que foram prontamente mitigadas ou corrigidas pelo TSE”, disse.
E, além da inspeção do código-fonte, o processo eleitoral do Brasil tem uma série de mecanismos de auditoria e de conformidade, como o Curto News já te explicou bem antes das eleições. Veja ⤵️:
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Dentre as principais checagens feitas antes de um processo eleitoral, está o teste de integridade das urnas, que ocorre em paralelo à votação real, e a emissão dos Boletins de Urna pelos equipamentos eletrônicos, o que permite verificar a totalização dos votos de forma independente do TSE.
“Até o momento, a comunidade brasileira de pesquisadores em votação eletrônica não encontrou qualquer alegação plausível” de fraude, conclui Matias.
Por que bolsonaristas acreditam nas teorias conspiratórias?
Para Ivan Paganotti, doutor em Ciências da Comunicação e professor da Universidade Metodista de São Paulo, a disseminação de alegações falsas foi um elemento relevante na racionalização desse tipo de ataque.
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“As plataformas de desinformação foram importantes para conseguir agregar pessoas que usaram esse elemento como justificativa para tentar dar uma pincelada de legalidade, com muitas aspas, sobre esses atos”, disse à AFP.
Além da desinformação sobre o código-fonte, o docente também destaca outras acusações de fraudes sem embasamento e “leituras fantasiosas” sobre o artigo 142 da Constituição.
A reivindicação vista no cartaz em Brasília parte da alegação falsa de que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) manteria o código-fonte das urnas eletrônicas em “segredo” da sociedade para não revelar alterações que levariam a uma suposta fraude eleitoral nas eleições vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva em outubro do ano passado.
“É importante considerar que essas informações falsas podem ser um elemento de racionalização de tendências que já estavam lá presentes, qualquer outro empurrão já seria suficiente”, pondera o especialista.
Por isso, não são raras as demandas sem sentido, como a exigência do código-fonte da urna.
(Com informações da AFP)
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