O Amapá deve receber 12 mil toneladas de oxigênio do Governo Federal até esta terça-feira (23)para abastecer 30 novos leitos do Hospital Universitário (HU). O pedido de reforço no insumo hospitalar foi feito pelo Governo do Estado depois de enfrentar um surto de síndromes respiratórias e declarar situação de emergência.
Segundo o governo do Amapá, não há falta de oxigênio até o momento. O material pedido, cerca de 12 mil toneladas, será necessário para abastecer novos 10 leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e 20 leitos clínicos (de uma nova unidade hospitalar) que estão sendo abertos para a tender à emergência de saúde.
“Esse navio da Marinha que está chegando com tanques de oxigênio é necessário para que os novos leitos do HU comecem a funcionar. Normalmente demorariam mais de 45 dias para chegar…”, explicou a secretária de Saúde, Silvana Vedovelli.
“Como se trata de um hospital novo, esta era uma ação já prevista no planejamento de ampliação da unidade, mas que está sendo antecipada para dar apoio à emergência em Saúde Pública do Estado. A iniciativa é uma das etapas essenciais para garantir a abertura de novos leitos buscando responder ao momento de emergência e não tem relação com desabastecimento na rede local”, destacou o ex-ministro da Saúde e atual presidente da Ebserh, Arthur Chioro, segundo nota emitida no site do governo do Amapá.
Os tanques saíram do Porto de Belém na noite de domingo (21) e têm previsão de chegada no Porto de Santana, no Amapá, na terça (23).
Segundo análises feitas pelo Instituto Evandro Chagas, o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e a Influenza A estão circulando em grande volume no estado do Amapá, somado a um coronavírus que atinge, principalmente, bebês e crianças.
“Não é um vírus novo, mas ele está circulando com muita força, acompanhado da Influenza A, que vem levando à internação e até a óbitos. Adotamos várias medidas, adquirimos equipamentos, medicamentos, respiradores, oxigênio, montamos uma força-tarefa para ampliar o número de leitos de forma imediata, saindo de 85 leitos para 249 em uma semana”, explicou Clécio Luís.
“A situação é realmente muito grave e atinge mais ainda as crianças por conta da falta vacinação. Por isso, precisamos aumentar a cobertura vacinal das nossas crianças”, destacou ainda o governador.
Foram encaminhadas ao IEC, em Belém, 188 amostras coletadas em casos suspeitos de síndromes respiratórias. Do total, 96 (51,06%) tiveram resultado positivo para o Vírus Sincicial Respiratório (VSR).
A doença causada pelo VSR é conhecida, sendo uma das principais causas de infecções respiratórias em crianças, mas o vírus também pode atingir pessoas de qualquer idade.
A doença geralmente caracteriza-se por sintomas leves, mas também pode ocasionar quadros mais graves, especialmente em crianças com menos de 2 anos de idade.
De acordo com o levantamento feito pelo Instituto Todos pela Saúde, em 10 de fevereiro, essa tendência de alta do VCR já se mostrava forte:
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