A Rússia acusou a Ucrânia, nesta sexta-feira (22), de lançar um bombardeio que provocou um incêndio e deixou um desaparecido no quartel-general da frota russa no mar Negro, atracada na península da Crimeia, um território anexado por Moscou que é crucial no conflito.
Esta península ucraniana anexada por Moscou em 2014 e a cidade de Sebastopol, onde está localizada a frota russa, são centrais para a operação russa na Ucrânia, já que permitem abastecer as tropas estacionadas no sul do país e são uma base para lançar bombardeios com mísseis procedentes do mar.
Poucas horas depois do ataque, o Exército ucraniano reivindicou o êxito em um bombardeio contra o QG da frota russa no Mar Negro.
O governador nomeado pela Rússia em Sebastopol, Mikhail Razvojaiev, informou que o quartel-general sofreu “um ataque com mísseis”, que provocou um incêndio, segundo ele. A operação para controlar as chamas continua.
Em um primeiro momento, o Ministério russo da Defesa anunciou que um soldado havia morrido no bombardeio, mas depois especificou que o homem foi dado como “desaparecido” e que as instalações foram “danificadas”.
Ante os temores de mais ataques, as autoridades pediram à população que permanecesse abrigada e, depois, suspendeu o alerta no início da tarde.
Cinco mísseis foram derrubados sobre a Crimeia, informou o Exército russo.
Poucas horas após o bombardeio sofrido pela Crimeia, as autoridades russas anunciaram um ciberataque sem precedentes contra os seus fornecedores de Internet e que isso causou interrupções no serviço.
“Estamos corrigindo as interrupções da Internet na península”, informou no Telegram Oleg Kriuchkov, conselheiro da autoridade nomeada por Moscou neste território, sem especificar se este ataque está relacionado com os bombardeios.
Nas últimas semanas, a Ucrânia multiplicou os ataques com drones e mísseis na Crimeia, em uma tentativa de perturbar a cadeia de abastecimento russa e pôr fim à supremacia militar russa no Mar Negro.
No leste da Ucrânia, as autoridades russas de ocupação denunciaram, hoje, que as forças de Kiev lançaram vários ataques coordenados.
“Nas últimas 24 horas, o inimigo lançou uma série de ações” na direção de Liman, informou nas redes sociais Denis Pushilin, nomeado pela Rússia para o comando da região de Donetsk.
Pushilin disse que a situação em Bakhmut é “quente” e que esta área se encontra sob “caóticos bombardeios”.
Esta localidade nas mãos dos russos é um ponto-chave da ofensiva e está devastada após os ferozes combates. O Exército ucraniano reivindicou avanços nos últimos dias, anunciando que tomou Andriivka e Klishchiivka e que rompeu uma linha de defesa russa perto de Bakhmut.
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