Ucrânia: 6 meses da guerra e 31 anos de independência

Esta quarta-feira (24) marca exatos 6 meses da invasão russa na Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro. A data coincide com o aniversário de 31 anos de Independência do país.

Publicado por
João Caminoto

Citamos abaixo os atuais destaques sobre este conflito geopolítico, que ainda não dá sinais de pacificação e é protagonizado por russos e ucranianos.

Para ler as atualizações sobre a guerra, dia após dia, acesse:

Prejuízo humano

Estima-se que cerca de 15 mil ucranianos tenham sido mortos desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro. Cerca de 41 milhões ou um terço dos civis foram forçados a deixar suas casas. Segundo as Nações Unidas, o conflito provocou a maior crise de refugiados do mundo: são mais de 6,6 milhões de ucranianos em fuga do país de origem, espalhados por toda a Europa. (CNN)

O que Zelensky disse

No dia da independência, o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, afirmou que o país “renasceu” e se unir após a madrugada do dia 24 de fevereiro. O líder ucraniano afirmou que a invasão dos russos não foi ou será esquecida, e que irá lutar “até o fim” contra os ataques, prometendo também recuperar as regiões do extremo Sul e Leste, ocupadas por russos. (AFP)

Entre os territórios ocupados está a Crimeia, dominada pela Rússia desde 2014. Zelensky afirmou também que não fará “nenhuma concessão ou compromisso” diante das ameaças da oposição. Leia mais sobre o discurso do presidente ucraniano. (UOL)

O que a Rússia argumenta

“Durante a operação especial, nós cumprimos vigorosamente as normas do direito humanitário. Os ataques são realizados com armas de precisão contra instalações da infraestrutura militar das Forças Armadas da Ucrânia”, disse o chefe da Defesa russa nesta quarta (24). Sergei Shoigu disse ainda que a operação está seguindo conforme o plano, incluindo a desaceleração da ofensiva para minimizar vítimas. (Sputnik Brasil)

Resistência ucraniana

Recentemente, Zelensky se mostrou preocupado com a possibilidade de os russos intensificarem os ataques em meio à semana da independência do país. As comemorações públicas na Ucrânia foram proibidas pelo presidente, e os Estados Unidos (EUA) pediram que todos os americanos deixassem o país sob o mesmo alerta.

Já em Kviv, o líder ucraniano recebeu o “grande amigo da Ucrânia” Boris Johnson, nesta quarta (3), apoiador da resistência contra a Rússia. Zelensky confirmou a chegada do ainda primeiro-ministro britânico. Johnson renunciou ao cargo de primeiro-ministro mas fica até a nomeação de um substituto pelo parlamento inglês. Segundo Zelensky, Johnson é uma das figuras públicas mais próximas a ele, com quem troca mensagens diárias no Telegram.

O primeiro-ministro britânico Boris Johnson e presidente ucraniano Volodymyr Zelensky na Praça da Independência “Maidan” de Kyiv. Sergei CHUZAVKOV / AFP
Marçha sauda 31 anos de Independência da Ucrânia em Nice, sudeste da França. Valery HACHE / AFP

Resignação em meio à catástrofe

Depois de meio ano sem conseguir dormir à noite por conta dos ataques, a ucraniana Eva Goudzon, 35, diz que “terrivelmente nos acostumamos com isso”. Eva é uma das moradoras de Mykolaiv, cidade do sul da Ucrânia, que teve a tubulação de água potável atingida pelas ações militares. Lá, os bombardeios não param desde março, e os sinais de sirenes passaram a fazer parte do dia a dia da população, que resiste sob a destruição da cidade causada pelas explosões.

02/08/2022, Mykolaiv. Oleksandr GIMANOV / AFP
18/08/2022, Mykolaiv. BULENT KILIC / AFP
21/07/2022 , Mykolaiv. BULENT KILIC / AFP

Foto do topo: Menina em protesto à favor da Ucrânia, 23/08/2022. Zagreb, Croácia. DENIS LOVROVIC / AFP

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João Caminoto

Jornalista com mais de 30 anos de experiência, ocupei diversos cargos - desde repórter, passando por correspondente internacional até diretor de redação - em diversas casas, como o Estadão, Broadcast, Época, BBC, Veja e Folha. Me sinto privilegiado em ter abraçado essa profissão. Apaixonado pela minha família e pelo Corinthians.

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