Um novo estudo da McKinsey Global Survey on AI revela que as organizações estão começando a implementar estruturas e processos concretos para extrair valor significativo da Inteligência Artificial Generativa (IA Generativa). Embora ainda em estágios iniciais, a pesquisa aponta para uma reorganização fundamental no mundo corporativo, com empresas redesenhando fluxos de trabalho, elevando a governança e intensificando a mitigação de riscos associados à IA Generativa.
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O levantamento destaca que empresas de grande porte, com receita anual superior a US$ 500 milhões, estão liderando essa transformação. Um dos achados mais relevantes é a forte correlação entre a supervisão da governança da IA pelo CEO e um maior impacto financeiro positivo (EBIT) resultante do uso da IA Generativa. Essa supervisão de alto nível garante que as políticas, processos e tecnologias para o desenvolvimento e implementação responsável da IA estejam alinhados com os objetivos estratégicos da organização.
Além da governança, o estudo aponta o redesenho de fluxos de trabalho como o atributo com maior impacto na capacidade de uma organização gerar valor com a IA Generativa. Empresas que utilizam a tecnologia já estão começando a remodelar seus processos operacionais para integrar as capacidades da IA Generativa de forma eficaz.
A pesquisa também investiga como as empresas estão estruturando seus esforços de implementação de IA. Observa-se uma tendência de centralização seletiva de elementos cruciais, como risco e compliance e governança de dados, frequentemente através de centros de excelência. Por outro lado, talentos técnicos e a adoção de soluções de IA tendem a ser gerenciados por modelos híbridos ou parcialmente centralizados.
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Um aspecto importante abordado é o monitoramento das saídas da IA Generativa. Embora a supervisão humana da qualidade do conteúdo gerado por IA seja uma prática presente, sua extensão varia significativamente entre as organizações. Setores como serviços empresariais, jurídicos e outros serviços profissionais demonstram uma probabilidade maior de revisar todo o conteúdo gerado antes de seu uso.
O estudo indica um aumento no esforço das empresas para mitigar os riscos relacionados à IA Generativa, com maior atenção para imprecisão, segurança cibernética e violação de propriedade intelectual – riscos que já causaram consequências negativas para algumas organizações. Empresas maiores demonstram uma abordagem mais abrangente na gestão desses riscos.
Apesar do entusiasmo, a maioria das empresas ainda não observa um impacto financeiro significativo em toda a organização devido ao uso da IA Generativa. A pesquisa aponta que a implementação de melhores práticas de adoção e escalabilidade, como o rastreamento de KPIs bem definidos e a criação de um roadmap claro, está positivamente correlacionada com o impacto no EBIT. No entanto, a adoção dessas práticas ainda está em seus estágios iniciais.
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Finalmente, o estudo da McKinsey explora a mudança nas habilidades demandadas pelas organizações. A contratação para funções relacionadas à IA continua relevante, com um destaque para novas funções ligadas à conformidade e ética da IA. A dificuldade em preencher essas vagas ainda é uma preocupação, especialmente para cientistas de dados de IA, que seguirão sendo altamente demandados.
Em suma, o estudo da McKinsey oferece um panorama valioso sobre o estado atual da adoção da IA, revelando que as empresas estão começando a construir as bases organizacionais para capturar valor real dessa tecnologia transformadora. A liderança do CEO, o redesenho de fluxos de trabalho e a gestão proativa de riscos emergem como elementos chave para o sucesso nessa jornada. A pesquisa também sinaliza a importância de investir em talentos com novas habilidades e em estratégias de adoção e escalabilidade bem definidas para que o potencial da IA Generativa se traduza em resultados concretos para os negócios.
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