Créditos da imagem: AFP

Últimas da Ucrânia: China pede diálogo entre Rússia e Ucrânia e faz alerta contra uso de armas nucleares

A China pediu à Rússia e à Ucrânia que retomem as negociações de paz o mais rápido possível e alertou que armas nucleares não devem ser usadas neste conflito, de acordo com um documento divulgado nesta sexta-feira (24), no primeiro aniversário do início da guerra.

“Todas as partes devem apoiar a Rússia e a Ucrânia a trabalhar na mesma direção e retomar o diálogo direto o mais rápido possível”, afirmou o ministério das Relações Exteriores chinês neste documento de 12 pontos para uma “solução política” para o conflito.

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Pequim também rejeitou o uso de armas nucleares, poucos dias depois de o presidente russo, Vladimir Putin, anunciar a suspensão de sua participação em um tratado de desarmamento nuclear com os Estados Unidos.

“As armas nucleares não devem ser usadas e as guerras nucleares nunca devem ser travadas. A ameaça ou uso de armas nucleares deve ser combatida”, acrescenta o documento.

O texto também enfatiza a necessidade de proteger os civis: “As partes no conflito devem respeitar estritamente o direito humanitário internacional e evitar atacar civis ou instalações civis”.

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O governo dos Estados Unidos criticou o documento. Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional do presidente Joe Biden, afirmou que a guerra “poderia acabar amanhã se a Rússia parasse de atacar a Ucrânia e retirasse suas forças”.

“Minha primeira reação é que (o documento) poderia parar no ponto um, que é respeitar a soberania das nações”, declarou Sullivan à CNN.

“A Rússia já perdeu esta guerra. Os objetivos da Rússia na guerra eram apagar a Ucrânia do mapa, absorvê-la dentro do mapa. Fracassaram e não estão em posição de conseguir”, acrescentou.

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O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, expressou ceticismo a respeito do plano da China e afirmou que Pequim “não tem muita credibilidade” neste conflito.

O presidente da Alemanha, Frank Walter Steinmeier, também destacou “dúvidas” sobre o “papel construtivo” que Pequim pode desempenhar para a paz na Ucrânia.

Aliados mas neutros

Pequim tentou se posicionar como parte neutra no conflito, embora mantenha laços com Moscou, seu aliado estratégico.

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O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, se reuniu na capital russa na quarta-feira com o presidente Vladimir Putin e seu ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, durante uma visita para apresentar sua “solução política” para a guerra.

Em um resumo da reunião publicado pela agência estatal Xinhua, Wang afirmou que a China pretende “aprofundar a confiança política e reforçar a coordenação estratégica” com a Rússia.

Após a visita de Wang, Moscou anunciou que Pequim apresentou sua visão para uma “solução política” do conflito.

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O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, disse na quinta-feira que não viu o plano de paz da China e queria se reunir com representantes de Pequim para discutir a proposta antes de oferecer seu ponto de vista.

“Acho que é um fato muito positivo em geral que a China comece a falar sobre a Ucrânia e a enviar sinais”, disse Zelensky.

O documento demonstra que Pequim “vê claramente o conflito na Ucrânia como um produto do que chama de mentalidade de Guerra Fria e de uma arquitetura de segurança antiquada na Europa”, disse Manoj Kewalramani, analista do Instituto Takshashila de Bangalore (Índia).

O G7 (grupo das sete nações mais industrializadas do mundo) pedirá aos países que se abstenham de enviar ajuda militar à Rússia durante um encontro virtual nesta sexta-feira, anunciou o primeiro-ministro japonês Fumio Kishida.

“Em vista do apoio militar à Rússia por parte terceiros países que já foi relatado, o G7 tem a intenção de pedir o fim de tal apoio, disse Kishida poucas horas antes da reunião.

Desde o início da invasão russa, a China ofereceu apoio diplomático e financeiro a Putin, mas se absteve de qualquer envolvimento militar ou envio de armas ao aliado.

Empresas chinesas controladas pelo Estado venderam drones não letais e outros equipamentos tanto para a Rússia como para a Ucrânia. E Moscou se viu forçado a recorrer ao Irã para obter as aeronaves não tripuladas de combate.

(Com AFP)

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