Veja os destaques do Curto Verde: Comissão da UNESCO lança a "Blue Friday" com o objetivo de conscientizar sobre o impacto ambiental das compras massivas e preservar os oceanos; deserto do Atacama se transforma em lixão; a importância da natureza no combate à crise climática; e o Banco Central regula registros de créditos de carbono.
A chamada “Black Friday“, que acontece nesta sexta-feira (25), inaugura o período de compras de Natal com grandes descontos e é um dos expoentes máximos do consumismo, tendo começado nos Estados Unidos, espalhando-se depois por todo o mundo.
Pensando nisso, pela primeira vez, a Comissão Oceanográfica Intergovernamental da UNESCO (COI-UNESCO) lança a “Blue Friday“, nesta sexta-feira e sábado, com o objetivo de “transformar um evento puramente consumista num momento de reflexão dedicado à salvaguarda e à restauração do Mar Mediterrâneo, através de iniciativas de alfabetização oceânica”.
A iniciativa, lançada em Veneza, na Itália, pretende conscientizar sobre o impacto ambiental das compras massivas e preservar os oceanos. A “Blue Friday” é organizada no âmbito da Década das Nações Unidas da Ciência dos Oceanos para o Desenvolvimento Sustentável (2021-2030), criada para promover o papel da ciência dos oceanos para fomentar um desenvolvimento mais sustentável.
Montanhas de roupas usadas, carros e pneus de todo o mundo poluem o vasto deserto do Atacama, no norte do Chile, um ecossistema de equilíbrio frágil que se tornou o lixão do planeta. Entre paisagens cheias de beleza, aglomerados de detritos surgem em vários pontos do deserto, um território com mais de 100 mil quilômetros quadrados.
Na vizinha Iquique, também se acumulam milhares de carcaças de carros e pneus. São tantos que passaram a ser usados para construir muros de casas.
A fragilidade do deserto e dos que vivem em seu entorno levaram a advogada Paulín Silva, de 34 anos, a entrar com uma ação contra o Estado do Chile pelos danos ambientais. Em seu processo, anexou imagens de satélite mostrando o crescimento exponencial dos depósitos de roupas.
Mais da metade das roupas usadas que entram no Chile é descartada e vai parar no deserto. Para escondê-las, elas são queimadas e enterradas, gerando um problema ambiental adicional de fumaça tóxica.
Para a advogada, há uma responsabilidade do Estado chileno ao permitir a existência dessas montanhas de lixo: “Há um dever de vigilância”, afirma.
O juiz Mauricio Oviedo, titular do Primeiro Juizado Ambiental do Chile, onde tramita o processo, defende uma solução integral para o descarte de roupas. “Parece-me que o Estado do Chile como um todo, com outras repartições (…), deveria olhar para este problema de forma sistêmica”, disse à AFP.
Especialistas e ativistas ambientais esperavam que a Conferência do Clima da ONU (COP27) terminasse com uma menção contundente à biodiversidade em sua declaração final. Mas saíram desapontados.
Para alguns, as delegações da COP27 perderam uma oportunidade importante de reconhecer a conexão entre a crise climática e a crise da biodiversidade, que foram tratadas em separado por muito tempo. Deixar de resolver tais crises dizimará ainda mais os sistemas de suporte à vida na Terra e também perderá o objetivo de limitar o aquecimento global a +1,5ºC, alertam.
“Estamos perdidos se não resolvermos o clima e estaremos perdidos se não resolvermos a biodiversidade”, disse à AFP Basile van Havre, copresidente das negociações de biodiversidade da ONU.
Nas reuniões sobre biodiversidade da COP15 no próximo mês, dezenas de países terão de encontrar uma nova estrutura de proteção para fauna e flora ameaçadas de destruição.
Em paralelo à cúpula, os cientistas alertam que a mudança climática e os danos à biodiversidade podem causar a sexta extinção em massa do planeta. Essa destruição natural também alimentaria as mudanças climáticas.
Os oceanos absorvem grande parte do calor criado pelas emissões de gases de efeito estufa causadas pelo homem e, junto com as florestas, são importantes estoques de carbono.
“A natureza é responsável por até um terço da solução climática. E é uma tecnologia comprovada”, disse o diretor da Campaign for Nature, Brian O’Donnell, à AFP.
Os oceanos são “super-heróis” esquecidos, absorvendo carbono e temperatura ao custo da acidificação e das ondas de calor que matam os corais, ressaltou.
À medida que o planeta aquece, as espécies e os ecossistemas podem desempenhar um papel crucial na resiliência. Os manguezais, por exemplo, podem mitigar a erosão costeira causada pelo aumento do nível do mar.
O Banco Central (BC) divulgou, nesta semana, a Instrução Normativa 325/2022 cujo objetivo é orientar como os bancos devem contabilizar “ativos de sustentabilidade”, o que inclui principalmente os créditos de carbono.
Com essa iniciativa busca-se oferecer maior transparência para os investimentos, padronizar os registros contábeis e reduzir eventuais incertezas neste processo. Com isso, o BC consegue não só monitorar esses ativos, mas também observar o mercado e partir para a ação – em caso de necessidade.
Como são ativos criados recentemente, não havia ainda uma regra específica para o seu registro contábil, tanto pelas instituições financeiras quanto pelas demais empresas. Confira mais informações sobre as duas maneiras em que eles podem ser contabilizados na matéria do portal Reset.
Curto Verde é um apanhado diário do que você precisa saber sobre meio ambiente, sustentabilidade e demais temas ligados à nossa sobrevivência e do planeta.
(com AFP)
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