COP28: Países chegam a acordo que fala em “transição”, mas não em eliminação dos combustíveis fósseis

Quase 200 países presentes na cúpula climática da ONU, a COP28, concordaram com um acordo que, pela primeira vez, apela a todas as nações para que abandonem os combustíveis fósseis para evitar os piores efeitos das mudanças climáticas.

Depois de duas semanas de negociações por vezes turbulentas nos Emirados Árabes Unidos, o acordo foi rapidamente aprovado pelo presidente da COP28, Sultão Al Jaber, na manhã desta quarta-feira (13). Ele recebeu uma ovação dos delegados e um abraço do chefe do clima da ONU, Simon Stiell.

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Apesar do apelo de mais de 130 países, de cientistas e de grupos da sociedade civil, o acordo não incluía um compromisso explícito de eliminação ou mesmo redução gradual dos combustíveis fósseis. Ou seja: o acordo reconhece que é necessária a redução, mas não diz como isso será feito e não cita a eliminação, que é uma meta já acordada para 2050.

Em vez disso, alcançou um compromisso que apelava aos países para que contribuíssem para os esforços globais para a transição dos combustíveis fósseis nos sistemas energéticos “de uma forma justa, ordenada e equitativa, acelerando a ação nesta década crítica, de modo a alcançar zero emissões líquidas até 2050 em mantendo a ciência”.

Al Jaber argumentou que o acordo, alcançado no ano mais quente já registrado, foi uma resposta abrangente a um balanço global que concluiu que os países não estavam cumprindo os objetivos do histórico Acordo de Paris, particularmente um compromisso de tentar limitar o aquecimento global em 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.

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“Entregamos um plano de ação robusto para manter o alcance de 1,5ºC”, disse ele. “É um pacote reforçado e equilibrado, mas não se engane, um pacote histórico para acelerar a ação climática. É o consenso dos Emirados Árabes Unidos. Pela primeira vez, temos linguagem sobre combustíveis fósseis no nosso acordo final”, afirmou.

Os países do Sul global e os defensores da justiça climática afirmaram que o texto ficou aquém do que era necessário em termos de redução de emissões e financiamento para ajudar os mais vulneráveis a lidar com o agravamento do clima e do calor extremos, e incluía uma linguagem que parecia aplacar os interesses dos combustíveis fósseis.

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