Veja os destaques do Curto Verde desta quarta-feira (14): estudo aponta que a crise climática levou o mundo à beira de vários pontos de inflexão “desastrosos”, que podem causar impactos significativos no clima e na biodiversidade globais; pesquisa sugere que a transição energética para fontes renováveis levaria a uma economia estimada em 12 trilhões de dólares globalmente; iniciativa visa incluir o Cerrado na regulação que exige desmatamento zero para a importação de produtos agrícolas e o impacto da agricultura no desflorestamento.
A crise climática levou o mundo à beira de vários pontos de inflexão “desastrosos”, de acordo com um estudo publicado na última semana. (Science 🇬🇧)
Um ponto de inflexão climático (CTPs) é quando um limite de temperatura é ultrapassado, levando a uma mudança incontível em um sistema climático, mesmo que o aquecimento global termine.
A análise mostra que 5 pontos de inflexão perigosos já podem ter sido ultrapassados devido ao aquecimento global de 1,1°C – causado pela humanidade até o momento.
O desencadeamento de CTPs leva a impactos significativos e relevantes, incluindo o colapso da calota de gelo da Groenlândia, eventualmente produzindo um enorme aumento do nível do mar; o colapso de uma corrente chave no Atlântico Norte, interrompendo a chuva da qual bilhões de pessoas dependem para se alimentar, e um derretimento abrupto do permafrost – o solo que passa todo o ano congelado e que cobre 25% da superfície terrestre do Hemisfério Norte, sobretudo na Rússia, Canadá e Alasca – rico em carbono.
Com 1,5°C de aquecimento – o aumento mínimo agora esperado -, 4 dos 5 pontos de inflexão passam de possível para provável, segundo a análise. Também a 1,5°C, mais 5 pontos de inflexão se tornam possíveis, incluindo a perda de quase todas as geleiras das montanhas.
O professor Johan Rockström, que fez parte da equipe de estudo, disse que “o mundo está caminhando para 2-3ºC de aquecimento global”. (The Guardian*)
A análise levou em conta mais de 200 estudos anteriores sobre pontos de inflexão, observações climáticas e estudos de modelagem.
Um novo estudo – divulgado nesta terça-feira (13) e liderado pela Universidade de Oxford, no Reino Unido – mostra que a transição energética para fontes renováveis levaria a uma economia estimada em 12 trilhões de dólares globalmente.
As principais conclusões desta pesquisa, publicada na revista Joule (*), incluem:
Já há um consenso de que a energia limpa é uma solução tão econômica quanto climática, e este deve ser um dos temas principais da próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27), em novembro, no Egito.
A Rede Cerrado – organização composta por mais de 50 entidades da sociedade civil, que atua no enfrentamento das ameaças socioambientais que afetam o Cerrado e luta pela sua conservação – lançou uma carta para a União Europeia (UE) com o objetivo de incluir o bioma na regulação que exige desmatamento zero para a importação de produtos agrícolas.
Assista a Carta dos Povos do Cerrado e acesse a página oficial da Rede Cerrado para saber mais sobre a iniciativa:
A expansão agrícola é a principal causa do desmatamento tropical e, portanto, um fator-chave das emissões de gases de efeito estufa, perda de biodiversidade e degradação dos serviços ecossistêmicos vitais.
Embora a maior parte (90 a 99%) do desmatamento nos trópicos, de 2011 a 2015, tenha sido impulsionada pela agricultura, apenas 45 a 65% das terras desmatadas tornaram-se produtivas em poucos anos.
Além disso, a maior parte – aproximadamente 3/4 – da expansão da agricultura para as florestas é impulsionada pela demanda doméstica nos países produtores, especialmente por carne bovina e cereais, incluindo grande parte do desmatamento em todo o continente africano.
Estas são algumas das conclusões de uma análise (🇬🇧) que tentou medir o impacto da agricultura no desmatamento, publicada na última semana na revista Science.
O Curto Verde é um apanhado diário do que você precisa saber sobre meio ambiente, sustentabilidade e demais temas ligados à nossa sobrevivência e do planeta.
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