Amazônia/AFP
Créditos da imagem: AFP

Desmatamento da Amazônia tem grande impacto nas temperaturas regionais, mostra estudo

O desmatamento tem um grande impacto nas temperaturas regionais. É o que revelou um novo estudo a respeito da Amazônia brasileira, que também demonstrou que as empresas agrícolas estariam entre os maiores beneficiários da conservação florestal.

A investigação tem implicações políticas importantes, já que os agricultores dos estados amazônicos têm, até agora, liderado o caminho da destruição florestal, pressupondo que ganharão dinheiro desmatando mais terras.

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A nova pesquisa destaca o outro lado da imagem. Mostra que o coração agrícola do Mato Grosso, onde as plantações já sofrem com a seca e o calor extremo, será pouco mais de meio grau Celsius mais quente até 2050 se o desmatamento continuar no ritmo rápido dos últimos anos.

O artigo, publicado na segunda-feira (30) no Proceedings of the National Academy of Sciences, demonstrou que o desmatamento da Amazônia causa aquecimento a distâncias de até 100 km. Quanto maior for o desmatamento, maior será a temperatura. Isto se soma ao impacto climático mais amplo do aquecimento global.

Dominick Spracklen, da Universidade de Leeds, disse que uma árvore média tem um efeito de resfriamento equivalente a dois ou três aparelhos de ar condicionado de 2,5 kW funcionando com potência máxima a cada hora, todos os dias. Isso funciona por meio da evapotranspiração, muito semelhante ao suor que os humanos produzem para diminuir a temperatura corporal.

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“Sempre pensamos que isso poderia estar acontecendo, mas a extensão é maior do que eu imaginava”, disse ele. “Cada vez mais demonstramos os grandes benefícios que as florestas trazem para as regiões vizinhas. Para os agricultores, trazem ar mais fresco e mais chuvas. Esperamos que colocar números nesses benefícios ajude a persuadir um conjunto mais amplo de pessoas a proteger as áreas florestais.”

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