Veja os destaques do Curto Verde desta quarta-feira (21): no Dia da Árvore, novos dados apontam o crescente desmatamento no Brasil; um relatório revela tática de empresas para "se tornarem verdes" apenas nas redes sociais; preocupados com o pessimismo dos jovens, ativistas contra as mudanças climáticas buscam mensagens de esperança nas redes sociais; e uma parceria do Pacto Global da ONU com DJ Alok reúne música eletrônica com cantos indígenas.
Nesta quarta-feira, 21 de setembro, é comemorado no Brasil o Dia da Árvore.
As árvores são essenciais para o equilíbrio do nosso planeta. Elas são capazes de realizar a fotossíntese e, assim, absorver a luz solar e o gás carbônico do ar, liberando o gás oxigênio.
Para o meio ambiente, as árvores servem de abrigo para uma grande quantidade de seres vivos. Além disso:
Por tantos motivos é fundamental preservar as árvores!
No entanto, não há muito o que celebrar visto que, o desmatamento na Amazônia em agosto deste ano explodiu em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram derrubados 1.661 km² de floresta, um aumento de 81% em relação aos dados de 2021. O valor é o segundo maior do histórico recente do bioma. A área desmatada é comparável ao tamanho da cidade de São Paulo.
Um estudo divulgado, nesta quarta-feira (21), pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) revela que a extração ilegal de madeira cresceu 11 vezes em terras indígenas do Pará.
O aumento da invasão de madeireiros nas terras indígenas da região tem ameaçado a vida de vários povos e causado prejuízos à biodiversidade da floresta. O dado é de uma pesquisa da Rede Simex, integrada por quatro instituições ambientais: Imazon, Idesam, Imaflora e ICV.
De acordo com a publicação, a área com exploração madeireira nos territórios indígenas do estado passou de 158 hectares entre agosto de 2019 e julho de 2020 para 1.720 hectares entre agosto de 2020 e julho de 2021. Ou seja: a área afetada pela atividade ilegal dentro dessas áreas protegidas cresceu 1.000%. (Imazon)
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Uma imagem que mostra um avião com cauda de tubarão, hashtags que evocam de forma enganosa energia limpa, imagens da natureza sendo bombardeada abusivamente…
Um relatório feito por pesquisadores da Universidade de Harvard (Greenpeace🇬🇧), divulgado nesta terça-feira (20), revela as práticas das empresas para “se tornarem verdes” nas redes sociais.
A pesquisa, encomendada pela organização ambientalista Greenpeace (*), analisou nos meses de junho e julho textos e imagens de mais de 2.300 publicações procedentes de cerca de 20 empresas europeias, incluindo as maiores montadoras, companhias aéreas e empresas de petróleo e gás.
“Neste verão, quando a Europa experimentava temperaturas recorde e incêndios, essas empresas guardaram silêncio sobre as mudanças climáticas e prosseguiram com o que interpretamos como posicionamento de marca“, disse à AFP o principal autor do trabalho, Geoffrey Supran.
Intitulado “Three Shades of Green(washing)“, o relatório mostra que uma em cada cinco dessas empresas transmitiu mensagens sobre eventos esportivos ou causas sociais, em vez de mostrar o que estava vendendo.
O termo “greenwashing” se refere às estratégias de marketing que buscam criar uma imagem de responsabilidade ambiental para uma empresa ou produto.
Entre outros exemplos, o relatório descreve como no Instagram um avião da Lufthansa se mesclava com o corpo de um tubarão no oceano para destacar um material que imita a pele do animal e é usado para melhorar a aerodinâmica.
No Twitter, a Lufthansa e a Air France fizeram uso da hashtag #SustainableAviationFuel (combustível de aviação sustentável), sem mencionar que o mesmo é apenas uma pequena parte do total usado pela indústria, destaca o documento.
Uma publicação da companhia Wizz Air – por ocasião do Dia Mundial do Meio Ambiente – mostrava uma mulher negra idosa, parte árvore, parte pessoa, de pé em uma floresta exuberante, para promover um artigo sobre como reduzir o consumo particular de energia, uma prática comum, que visa a “redirecionar a responsabilidade” para comportamentos individuais, em vez dos governos ou da indústria, segundo o relatório.
Os pesquisadores “observaram fortes respostas afetivas dos consumidores às imagens da natureza”, explicou Supran. “Isso pode sugerir que uma empresa é mais ecológica do que parece, de forma sutil, que pode enganar até mesmo os observadores mais críticos.”
Segundo Silvia Pastorelli, do Greenpeace, o relatório revela “um esforço sistemático de greenwashing, que será combatido por meio da proibição legal da publicidade de combustíveis fósseis ou do seu patrocínio em toda a Europa, como foi feito com o tabaco”.
Preocupados com o pessimismo dos mais jovens, os ativistas contra as mudanças climáticas buscam agora como transformar suas mensagens apocalípticas com exemplos de esperança, por meio das redes sociais.
Uma pesquisa recente – com jovens de 16 a 25 anos em 10 países – constatou que quase 60% estão muito preocupados com as mudanças climáticas.
Diante desse cenário, a ativista e cientista Alaina Wood fica diante de sua câmera todas as manhãs para transmitir “boas notícias climáticas” ao seu público na plataforma TikTok.
Seu objetivo é tranquilizar de que não é tarde demais para combater o aquecimento global.
A mensagem das mais altas autoridades não é, no entanto, muito animadora.
“A confiança está desmoronando, as desigualdades estão disparando, nosso planeta queima, as pessoas estão sofrendo, especialmente as mais vulneráveis”, alertou o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, na terça-feira (20), ao abrir a assembleia anual das Nações Unidas.
Wood, que aos 26 anos se apresenta como especialista em sustentabilidade e sistemas de reciclagem, tem 300 mil seguidores.
“Se vou falar da difícil realidade que nos cerca, também tenho que dar algo para combater a ansiedade“, explica a ambientalista americana à AFP.
É um equilíbrio difícil entre a avalanche de notícias alarmantes sobre ondas de calor, incêndios florestais ou inundações devastadoras atribuídos às mudanças climáticas, e a necessidade de impedir a desmobilização ou radicalização das bases.
Wood fala em seus vídeos tanto sobre os sucessos na recuperação de espécies ameaçadas quanto sobre as mudanças tecnológicas que estão ajudando, por exemplo, a reduzir drasticamente a pegada de carbono da fabricação de cimento.
“Mesmo meus seguidores mais otimistas estão se tornando apocalípticos por causa de todos os desastres climáticos, e eu não sei o que fazer”, confessou Wood no Twitter no final de agosto.
“O Futuro é ancestral”, projeto coordenado pelo DJ Alok, reúne música eletrônica com cantos indígenas e deve ser lançado em 2023.
Todos os fundos provenientes da ação serão destinados para iniciativas indígenas na Amazônia e no resto do Brasil.
Nessa declaração à ONU News, na semana passada, Alok falou da relevância de um projeto inédito saído do Brasil para o mundo, unindo esses contextos musicais.
“Eu acho que num momento em que a ONU está debatendo vários assuntos muito importantes em relação às mudanças climáticas e ao aquecimento global, é muito necessário a presença deles aqui, já que eles são verdadeiros guardiões. Muitas vezes a gente fala muito de preservação, mas não compreende muito a natureza. A gente já se desconectou dela há muito tempo. Uma forma legal de se conectar coma floresta é ouvir o que ela tem a dizer. Uma forma boa de fazer isso é através de cantos indígenas. É isso edil a gente está aqui para fazer as pessoas sentirem“. (ONU News)
O Curto Verde é um apanhado diário do que você precisa saber sobre meio ambiente, sustentabilidade e demais temas ligados à nossa sobrevivência e do planeta.
(Com AFP)
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