A COP27 começou neste domingo (6) com uma demonstração de harmonia: os anfitriões egípcios negociaram um acordo que colocou a questão de perdas e danos – a ideia de que os países ricos deveriam pagar reparações às nações mais pobres pelos danos causados pelo aquecimento global – na pauta para debate.
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Após horas de conversas intensas, o ministro das Relações Exteriores do Egito, Sameh Shoukry, disse que os negociadores concluíram com um compromisso; a discussão se concentraria em “cooperação e facilitação” e não em “responsabilidade ou compensação”.
Então, os líderes mundiais chegaram: o secretário-geral da ONU abriu os discursos com um aviso sobre o perigo que as mudanças climáticas representam para a humanidade.
António Guterres defendeu um “pacto de solidariedade climática” entre os países participantes da COP27. Segundo ele, essa é a alternativa que resta para evitar, como consequência, o “suicídio coletivo” do planeta.
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“Nosso planeta está se aproximando rapidamente do ponto de inflexão que tornará o caos climático irreversível. Estamos em uma estrada para o inferno climático com o pé no acelerador”, disse Guterres.
O secretário-geral da ONU pleiteou que, durante os trabalhos da COP27, seja feito um “pacto histórico de solidariedade climática” entre economias desenvolvidas e emergentes. Esse pacto implica, disse, a ampliação de esforços para reduzir, na atual década, as emissões mantendo, dessa forma, os países em linha com a meta de limitar o aquecimento global a 1,5º acima das temperaturas pré-industriais.
Na sequência, foi a vez do presidente dos Emirados Árabes Unidos, Mohammed bin Zayed Al Nahyan, subir ao microfone. O país é o próximo a sediar uma COP, a conferência do clima de Dubai, em 2023.
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Al Nahyan disse que os Emirados Árabes Unidos são conhecidos como fornecedores responsáveis de energia e continuarão sendo enquanto o mundo precisar de petróleo e gás, mas que as mudanças climáticas são um assunto sério e que futuro de nossos filhos depende dos passos que dermos hoje.
O presidente francês Emmanuel Macron aproveitou a oportunidade para repreender os EUA e a China, os dois maiores emissores de carbono do mundo, por não aprovarem ajuda e financiamento climáticos suficientes aos países mais pobres.
“Precisamos que os Estados Unidos e a China intensifiquem”, disse Macron ao chegar a Sharm el-Sheikh.
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O chanceler alemão Gerhard Scholz chegou determinado a convencer seus colegas de que a crise energética de seu país não diminuiu o desejo de Berlim de atingir suas metas climáticas.
Também passaram pelo microfone nesta segunda-feira (7): o ex-vice-presidente dos EUA e ganhador do prêmio Nobel da Paz Al Gore; a primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley; o rei da Jordânia, Abdullah II bin Al-Hussein; o enviado paquistanês Nabeel Munir; William Ruto, presidente do Quênia e Rishi Sunak, primeiro ministro britânico.
Fique de olho na programação
Neste ano, os debates serão divididos por tema da seguinte forma: depois dos discursos iniciais e dos encontros de líderes mundiais nos primeiros dias, na quarta-feira (9) a bola da vez será o financiamento climático. Na quinta (10), serão debatidos temas ligados a Ciência, a partir de documentos como os relatórios do IPCC, e a juventude e gerações futuras. Na sexta (11), o tópico do dia é descarbonização. O sábado (12) será dedicado ao debate sobre adaptação climática e agricultura. A semana seguinte começa com discussões sobre gênero e sobre água no dia 14. Terça (15) é dia de falar sobre sociedade civil e energia. No dia 16, o assunto é biodiversidade, e na quinta (17), soluções para o clima.
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A Conferência Internacional da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre as mudanças climáticas – COP27 – começou no último domingo (6), no balneário egípcio de Sharm el-Sheikh. A COP é o grande evento anual da ONU cujo objetivo é discutir ações que visam o enfrentamento das mudanças climáticas. Saiba mais em: