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Empresa francesa NetZero inaugura fábrica de biocarvão no Brasil

A empresa francesa NetZero, especializada na captura de carbono a longo prazo por meio do biocarvão - um material à base de resíduos vegetais - inaugurou no Brasil, nesta quinta-feira (20), um dos maiores centros de produção do mundo. O complexo, construído em 6 meses, fica na cidade de Lajinha, em Minas Gerais, e é o primeiro do gênero na América do Sul.

A start-up vai transformar anualmente 16 mil toneladas de resíduos da cafeicultura neste tipo de carbono, chamado de biocarvão, que traz inúmeras vantagens no combate às mudanças climáticas e na manutenção dos campos de cultivo.

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Dez mil cafeicultores da cooperativa local Coocafé fornecerão resíduos de suas colheitas, que serão transformados em biocarvão através do processo de queima em temperaturas elevadas.

Conhecido como pirólise, esse mecanismo permite extrair o carbono armazenado pelas plantas ao longo de suas vidas, e retê-lo para que não retorne à atmosfera e contribua para o aquecimento global.

O biocarvão gerado, capaz de reter água e nutrientes no solo e reduzir o uso de fertilizantes, será enterrado nas plantações destes cafeicultores, disse à AFP Axel Reinaud, cofundador da empresa NetZero.

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A capacidade de produção anual da fábrica ultrapassará as 4.500 toneladas de biocarvão, o que permite armazenar cerca de 6.500 toneladas de CO2 equivalente.

De acordo com Reinaud, será “a maior fábrica do mundo de produção de biocarvão a partir de resíduos agrícolas”.

Atualmente já existem outros complexos importantes na América do Norte, mas lá o biocarvão é gerado a partir de resíduos florestais.

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A empresa francesa disse que planeja construir outras fábricas semelhantes no Brasil até o final do ano.

Fundada em 2021, a start-up se especializou na produção de biocarvão em zonas tropicais, onde a biomassa é abundante, barata e muitas vezes pouco utilizada. Com a primeira fábrica construída em Camarões, no final de 2021, a empresa estabeleceu a meta de armazenar dois milhões de toneladas de C02 por ano até 2030.

(Com AFP)

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