Medida provisória altera normas de gestão de florestas para impulsionar mercado de carbono

O presidente Jair Bolsonaro editou, na última segunda-feira (26), uma medida provisória (MP) que altera normas de gestão de florestas públicas para impulsionar o mercado de créditos de carbono no país. A proposta veio dos ministérios da Economia, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do Meio Ambiente, com o objetivo de atualizar uma lei de 2006 que trata da gestão de florestas para a produção sustentável.

Publicado por
Bárbara Pereira

A MP nº 1.151, de 26 de dezembro de 2022, publicada no Diário Oficial da União de terça-feira (27), objetiva fomentar o mercado de créditos de carbono no país, crédito de biodiversidade e pagamentos por serviços ambientais, assim como aproveitar o enorme potencial de conservação do Brasil. O país detém uma das maiores coberturas de vegetação nativa do planeta, correspondentes a 66% do seu território.

Com as mudanças promovidas pela MP, o contrato de concessão de florestas públicas “passa a prever o direito de comercializar créditos de carbono e produtos e serviços florestais não madeireiros”, tais como:

  • Serviços ambientais;
  • Acesso ao patrimônio genético ou conhecimento tradicional associado para fins de conservação, pesquisa, desenvolvimento e bioprospecção;
  • Restauração e reflorestamento de áreas degradadas;
  • Atividades de manejo voltadas a conservação da vegetação nativa ou ao desmatamento evitado;
  • Turismo e visitação na área outorgada;
  • Produtos obtidos da biodiversidade local, entre outros.

De acordo com a nota publicada no site do Ministério do Meio Ambiente, os contratos de concessão florestal atualmente em vigor poderão ser alterados para adequação às disposições da MP, “desde que haja concordância do poder concedente e do concessionário, sejam preservadas as obrigações financeiras perante a União e sejam mantidas as obrigações de eventuais investimentos estabelecidos no contrato”.

“Os créditos de carbono e serviços ambientais poderão decorrer: da redução de emissões ou remoção de gases de efeito estufa; da manutenção ou aumento do estoque de carbono florestal; da conservação e melhoria da biodiversidade, do solo e do clima; ou outros benefícios ecossistêmicos, conforme a Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais, instituída pela Lei nº 14.119/2021.”, acrescenta a nota.

A MP ainda permite ao Banco Nacional de Desenvolvimento e Social (BNDES) habilitar agentes financeiros ou fintechs, públicos ou privados, para atuar nas operações de financiamento com recursos do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (FNMC). “Antes somente poderiam ser habilitados o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e outros agentes financeiros públicos”.

O Ministério do Meio Ambiente destaca a importância da publicação da MP, uma vez que o Brasil tem compromissos internacionais de redução de emissões de gás carbônico, como o Acordo do Clima e o Marco Global da Biodiversidade.

“As inovações retiram entraves regulatórios e acrescentam atratividade econômica nas concessões de manejo florestal sustentável de baixo impacto, especialmente na região da Amazônia. Já legalização do ativo ambiental de vegetação nativa, especialmente o novo conceito de crédito de biodiversidade é o primeiro passo para reconhecer e remunerar quem cuida de floresta nativa, das comunidades aos produtores rurais em áreas privadas e públicas”, ressalta a nota.

(Fonte: Agência Brasil)

Leia também:

Este post foi modificado pela última vez em 29 de dezembro de 2022 09:28

Bárbara Pereira

Jornalista com experiência em produção multimídia, acredito que as redes sociais são essenciais para alcançar novos públicos e disseminar informações em linguagem acessível e descontraída. Divido minha paixão por comunicação com livros, viagens e gastronomia.

Posts recentes

GitHub apresenta Copilot Workspace: Um ambiente de desenvolvimento com IA

O GitHub acaba de lançar o Copilot Workspace, uma nova ferramenta baseada em inteligência artificial…

1 de maio de 2024

ChatGPT em apuros: OpenAI é processada por falhas na detecção de informações falsas

O ChatGPT, chatbot desenvolvido pela OpenAI em parceria com a Microsoft, está sob investigação por…

1 de maio de 2024

Amazon lança Q, assistente de IA para empresas e desenvolvedores

A Amazon acaba de anunciar a disponibilidade do Q, seu assistente corporativo baseado em inteligência…

1 de maio de 2024

Google apresenta Med-Gemini: IA especializada para o setor da saúde

O Google acaba de anunciar o Med-Gemini, um conjunto de modelos de inteligência artificial (IA)…

1 de maio de 2024

Jornais dos EUA processam a OpenAI e a Microsoft por violação de direitos autorais

Um grupo de oito jornais dos Estados Unidos está processando a OpenAI - fabricante do…

1 de maio de 2024

ANÁLISE| Blackout tecnológico: Acabou o fôlego da ‘Corrida por IA’?

Em um texto publicado no dia 17 de abril na Bloomberg, Rene Haas, CEO da…

30 de abril de 2024