ONU planeja adotar tratado de proteção do alto-mar em junho

Os Estados-membros da ONU têm previsto se reunir nos dias 19 e 20 de junho para adotar formalmente o tratado de proteção das águas internacionais aprovado em março, segundo uma resolução da Assembleia Geral adotada nesta terça-feira (18). Após mais de 15 anos de negociações, os delegados acordaram, em 5 de março, o primeiro tratado internacional de proteção do alto-mar, destinado a preservar ecossistemas vitais para a humanidade. 🌊

Publicado por
Isabella Caminoto

No entanto, o texto não foi adotado formalmente, já que tinha que passar pelo crivo dos serviços jurídicos e traduzido para os seis idiomas oficiais da ONU.

Ao término desse trabalho de “coerência terminológica” e de harmonização das diferentes versões linguísticas, a resolução aprovada nesta terça pede para convocar uma nova reunião para adotar o acordo “a princípio, em 19 e 20 de junho de 2023“.

As águas internacionais começam onde acabam as Zonas Econômicas Exclusivas (ZEE) dos Estados, que se estendem por até 200 milhas náuticas (370 km) a partir do litoral, e não pertencem a nenhum país.

Embora representem mais de 60% dos oceanos e cerca de metade do planeta, as águas internacionais vinham sendo ignoradas há bastante tempo pela agenda ambiental, ofuscadas pelas áreas costeiras e por algumas espécies emblemáticas.

Os avanços da ciência demonstraram a importância de se proteger esses oceanos, que têm rica biodiversidade, frequentemente microscópica, proporciona metade do oxigênio que respiramos e limita o aquecimento global, ao absorver uma parte importante do CO2 emitido pela ação humana.

Porém, os oceanos se fragilizam, vítimas dessas emissões (aquecimento, acidificação da água, etc.), da poluição de todo tipo e da pesca excessiva.

O futuro tratado deve permitir criar reservas de proteção marítima nessas águas internacionais, das quais somente 1% são objeto atualmente de medidas de conservação.

O tratado prevê também a obrigação de realizar estudos de impacto sobre o meio ambiente antes de realizar atividades em alto-mar, como a mineração.

(Com AFP)

Leia também:

Este post foi modificado pela última vez em %s = human-readable time difference 16:19

Isabella Caminoto

Advogada e mestranda em Direito Internacional, tenho a democracia e a liberdade como bandeiras irrenunciáveis. Sou apaixonada pelos animais e acredito que o bem-estar do nosso planeta deveria ser o destaque diário da pauta da nossa sociedade.

Posts recentes

Google se associa à Apptronik para desenvolver robôs humanoides

O Google DeepMind acaba de anunciar uma parceria estratégica com a Apptronik, uma empresa de…

20 de dezembro de 2024

Genesis: Um novo patamar para simulações físicas em IA

Uma equipe de pesquisadores de 20 laboratórios diferentes acaba de apresentar o Genesis, um motor…

20 de dezembro de 2024

Google lança seu próprio modelo de IA de “raciocínio”

O Google acabou de lançar o que está chamando de um novo modelo de inteligência…

19 de dezembro de 2024

GitHub Copilot agora é gratuito

A GitHub, de propriedade da Microsoft, acaba de anunciar um nível gratuito de seu Copilot…

19 de dezembro de 2024

ChatGPT ganha um novo número de telefone; veja

A OpenAI acaba de lançar uma nova maneira surpreendente de acessar o ChatGPT - através…

19 de dezembro de 2024

Google lança novo benchmark para testar a factualidade de LLMs

O Google DeepMind acaba de lançar o FACTS Grounding, um novo benchmark projetado para avaliar…

18 de dezembro de 2024