Criticando o que chama de “duplo padrão mortal”, a Oxfam afirma que o G7, em vez de cumprir suas obrigações, exige o pagamento de dívidas de US$ 232 milhões por dia aos países de baixa e média renda. Esse dinheiro poderia ser gasto em saúde, educação, igualdade de gênero e proteção social, bem como como lidar com os impactos das mudanças climáticas.
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“É o mundo rico que deve ao Sul Global. A ajuda que eles prometeram décadas atrás, mas nunca deram. Os enormes custos dos danos climáticos causados pela queima imprudente de combustíveis fósseis. A imensa riqueza construída sobre o colonialismo e a escravidão”, destacou em nota o diretor executivo interino da Oxfam International, Amitabh Behar (*).
Pelas contas da Oxfam, o G7 é o lar de 1.123 bilionários com uma riqueza combinada de US$ 6,5 trilhões. Sua riqueza cresceu em termos reais em 45% nos últimos dez anos.
A ONG britânica ressalta que o G7 se reúne em um momento em que bilhões de trabalhadores “enfrentam cortes salariais reais e aumentos impossíveis” nos preços de itens básicos como alimentos. A fome global aumentou pelo quinto ano consecutivo, enquanto a riqueza extrema e a pobreza extrema aumentaram simultaneamente pela primeira vez em 25 anos.
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Estima-se que o G7 deve aos países de baixa e média renda US$ 8,7 trilhões pelas perdas e danos devastadores que suas emissões excessivas de carbono – principal contribuinte do aquecimento global – causaram, especialmente no Sul Global.
A Oxfam também lembra que em 1970, os países ricos concordaram em fornecer 0,7% de sua renda nacional bruta (RNB) em ajuda para o desenvolvimento de nações mais pobres. Desde então, deixaram de pagar um total de US$ 4,49 trilhões, mais da metade do que foi prometido. Além disso, os governos do G7 falham em cumprir a promessa de de fornecer US$ 100 bilhões por ano de 2020 a 2025 para ajudar os países mais pobres a implementar ações de adaptação e mitigação climática.
No relatório, a Oxfam pede aos governos do G7 que imediatamente:
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- Cancelem as dívidas de países de baixa e média renda;
- Cumpram seus compromissos de ajuda; e
- Criem novos impostos para taxar indivíduos e corporações bilionárias.
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