"Proteger 30% das terras e dos oceanos até 2030". Este é um objetivo crucial das negociações na Conferência da ONU sobre a biodiversidade (COP15). Mas também um dos mais debatidos: como medi-lo, aplicá-lo, não descuidar dos 70% restantes, também essenciais. Ativistas afirmam que o chamado objetivo "30x30" é o equivalente para a natureza da meta histórica de 1,5°C de aquecimento global, estabelecida nas negociações sobre o clima do Acordo de Paris, assinado em 2015. Seguem alguns dados sobre a iniciativa e as posições de países e especialistas que participam das negociações realizadas em Montreal até 19 de dezembro.
“Os 30% são um mínimo, não um teto”, afirmam a comunidade científica e os ambientalistas, muito preocupados por ver um percentual menos ambicioso no acordo final, enquanto 17% das terras e 8% dos oceanos já estão protegidos.
No entanto, a África do Sul, seguida da Arábia Saudita, defendeu nas negociações uma meta geral de 20%. Outros países, como China, Japão ou Coreia do Sul, são favoráveis aos 30% para a terra, mas propõem 20% para o mar até 2030.
Para não penalizar os países muito densos ou com pouco litoral, a meta provavelmente será global.
Isso ajudaria alguns países a assumir maior parte do esforço, sobretudo se abrigarem áreas muito ricas em biodiversidade ou decisivas para o combate ao aquecimento global, como a Amazônia, por exemplo.
“Já estaríamos acima dos 30% de conservação do planeta se nossos governos reconhecessem os direitos dos povos originários e das comunidades locais sobre seus territórios”, lamentou Oscar Soria, diretor de campanha da Avaaz, que defende uma meta de 50%, juntamente com outras ONGs, como a Wild Foundation e a One Earth.
De fato, os povos indígenas, que representam 6% da população mundial, são atores importantes nas negociações de Montreal.
“Estamos aqui para enviar a mensagem de que não podemos alcançar metas de conservação ambiciosas sem uma consideração plena dos nossos direitos”, disse Jennifer Corpuz, advogada e membro do Fórum Internacional Indígena sobre a Biodiversidade (FIIB).
Muitas ONGs afirmam que vão aceitar uma meta de 30% se certos critérios forem cumpridos, como incluir nas áreas protegidas apenas zonas “ecologicamente significativas” e garantir medidas de proteção eficazes.
Outras pedem um percentual de áreas “fortemente ou totalmente” protegidas, com pouca ou nenhuma atividade humana desenvolvida.
Mas, por enquanto, a maioria destes critérios qualitativos está em suspensão no projeto de acordo.
A defesa da biodiversidade através da ordenação do território, da redução do uso de pesticidas ou da restauração de solos degradados, também são objetivos importantes do acordo negociado em Montreal.
(com AFP)
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