Tecnologia

Empresas de tecnologia devem responder por conteúdos que divulgam? Suprema Corte dos EUA decide

A Suprema Corte dos Estados Unidos analisa nesta terça-feira (21) um caso histórico que pode transformar a Internet: o tribunal decide se empresas de tecnologia, como Google ou Facebook, devem responder legalmente pelos conteúdos que divulgam.

Publicado por
Bárbara Pereira

Os nove juízes começaram a abordar às 10h (12h no horário de Brasília) o alcance de uma lei que, desde 1996, concede uma certa imunidade às empresas.

O caso está ligado aos ataques de novembro de 2015 em Paris e decorre de uma denúncia contra a Google apresentada por parentes de Nohemi González, uma das 130 vítimas desses ataques. O americano estudava na França e morreu na cafeteria Belle Equipe nas mãos de um comando do grupo Estado Islâmico (EI). Seus pais acusam o YouTube, uma subsidiária da Google, de ter recomendado vídeos do grupo jihadista a alguns de seus usuários.

Segundo eles, “ao recomendar vídeos do EI para seus usuários, o Google ajudou o EI a espalhar sua mensagem e, assim, forneceu suporte material”.

Os tribunais federais rejeitaram a denúncia em nome de uma disposição legal conhecida como “seção 230”, adotada quando a Internet estava em seus primórdios e que se tornou um de seus pilares. Esta seção decreta que as empresas de Internet gozam de imunidade legal pelo conteúdo que publicam porque não são um “editor”.

Os familiares de Nohemi González acreditam, ao contrário, que a Google não se limitou a distribuir conteúdos do EI, mas que seu serviço selecionou usuários para oferecer-lhes os vídeos do grupo jihadista – portanto não pode reivindicar esta imunidade.

“A seleção dos usuários a quem os vídeos do EI foram recomendados foi feita por meio de algoritmos de computador criados e implementados pelo YouTube”, argumentam em recurso enviado à Suprema Corte. Ao aceitar este recurso, o tribunal superior insinua que estaria disposto a mudar a jurisprudência.

  • “As recomendações fornecidas pelos algoritmos são o que torna possível encontrar agulhas no maior palheiro da humanidade”, escreveu a Google ao tribunal, pedindo que “não prejudique uma parte central da Internet moderna”.
  • Permitir que as plataformas sejam processadas por seus algoritmos “as exporia à responsabilidade por conteúdo de terceiros praticamente o tempo todo”, diz o grupo Meta (Facebook, Instagram, WhatsApp), em outro argumento.

(Com AFP)

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Bárbara Pereira

Jornalista com experiência em produção multimídia, acredito que as redes sociais são essenciais para alcançar novos públicos e disseminar informações em linguagem acessível e descontraída. Divido minha paixão por comunicação com livros, viagens e gastronomia.

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